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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
SEDE: Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa)
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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Desde 2008"a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".

Colecção Nova Águia: https://www.zefiro.pt/category/zefiro-nova-aguia

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

domingo, 14 de março de 2010

Antipolítica e Estado exíguo

por EDUARDO SILVESTRE, 24 Fevereiro 2010

Nas transformações que se deram em Portugal, desde 1974, e no mundo desde 1989, a UE tem levado a Europa no caminho desejado pelas elites políticas, económicas e pelos seus burocratas, que não pelos cidadãos, nunca ouvidos sobre o seu futuro.

Pude constatar o "pântano" em que a classe política mergulhou o País. Revejo-me em Vasco Lourenço: "Os militares de Abril fizeram uma coisa muito bonita, mas os políticos encarregaram-se de a estragar (…) Podem olhar para o espelho e não se envergonhar. O que, infelizmente, não acontece com os outros grupos intervenientes na revolução e na política. A diferença entre servir ou servir-se, entre lutar por valores ou por interesses".1

Nas minhas leituras, deparei com o conceito de "antipolítica"! É uma posição ética, política e cultural da sociedade civil que contesta que os interesses da classe política sejam idênticos aos da comunidade. A "antipolítica" representa uma afirmação de independência do poder e desafia as representações impostas pelas elites políticas para servir os seus interesses. A "antipolítica" é uma força moral que desconfia e rejeita o monopólio do poder pela classe política dentro de um Estado. Não anseia derrubar o Estado, mas opõe-se ao poder político exercido. Martin Luther King, Vaclav Havel e George Konrad podem ser considerados expoentes deste movimento.

Konrad afirma que qualquer que seja a ideologia de um político, o que ele disser é só um meio para ganhar e manter o poder, um fim em si mesmo. E adianta que a "antipolítica" é a actividade dos que não querem ser políticos, é um contrapoder que não pode nem deseja assumir o poder. Os seus adeptos mantêm o poder político sob observação e pressão, com base na sua estatura cultural e moral, não através de uma legitimidade eleitoral. É a rejeição do monopólio do poder da classe política. Se a oposição política chegar ao poder, os antipolíticos manterão a mesma distância e a mesma independência.

Esta divagação aplica-se a Portugal, face à incapacidade, incompetência e falta de vontade dos partidos em resolver os problemas estruturais do País. Aproximamo-nos da condição de "Estado exíguo"! As capacidades de formular e executar políticas, administrar com eficiência, controlar os abusos de poder, a corrupção e o suborno, manter a transparência e a responsabilidade nas instituições públicas, e fazer cumprir as leis, estão notoriamente diminuídas.2

Os resultados das eleições legislativas indicam uma menor capacidade de manter um governo estável, uma oposição que não surge como alternativa credível, e também a perda de credibilidade do Presidente da República para arbitrar eventuais conflitos políticos, conforme se pode ver pelas críticas às suas declarações a partir do Verão de 2009. A nossa credibilidade económica e financeira decresce perigosamente e já surgem opiniões que prevêem a nossa exclusão da "Zona Euro". Em resumo, a nossa classe política é manifestamente incapaz de liderar e de inspirar confiança ao País e estamos longe de excluir um cenário onde a agitação e os conflitos sociais se agudizem e o poder esteja em risco de cair na rua.

Nos momentos de crise e convulsão profundas, deveriam ser as Forças Armadas a tomar nas mãos o destino da Nação. Os tempos assemelham-se aos do final da I República, e nunca se sabe quanta mais incompetência e falta de sentido de estado poderá este país suportar. A minha grande dúvida é se as Forças Armadas, despojadas durante anos da sua dignificação e castradas dos seus princípios éticos fundamentais por uma classe política cujo objectivo principal foi sempre tê-las "baratas e mansas" (enquanto os chefes militares fingem não perceber), estarão à altura de desempenhar de novo essa tarefa patriótica, se a isso forem chamadas.


1 Lourenço, Vasco - Do Interior da Revolução, Âncora, Lisboa, 2009, pp. 560, 565.
2 Fukuyama, Francis - A Construção de Estados, Gradiva, 2004, p. 22.

Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1502817&seccao=Convidados

1 comentário:

Casimiro Ceivães disse...

Supor que a 'classe política' tem algum poder é infantil (o recente pavor dos 'mercados financeiros' poderia abrir os olhos a alguns ensonados, mas parece que não).

Supor que uma 'antipolítica' se reduz a isto - a 'recusa' de qualquer 'classe política' - é também infantil.

Supor que alguém (mesmo militares sérios e incorruptíveis, como não duvido de que sejam os nossos oficiais generais) pode 'tomar nas mãos o destino' da Pátria, não é infantil - mas é um devaneio adolescente.

E se crescêssemos?