1. Os órgãos de comunicação social portugueses deram este fim-de-semana um grande eco a uma notícia da Lusa a respeito do MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO. Consideramos esse grande eco algo de inteiramento proporcionado ao nosso grande dinamismo – quer em iniciativas, quer em propostas, quer em tomadas de posição.
2. Inteiramente desproporcionado foi, contudo, o teor da notícia da Lusa ao falar de uma alegada “fratura” no seio dos órgãos dirigentes do MIL por causa do nosso apoio à candidatura presidencial do Doutor Fernando Nobre – apenas uma das muitas posições que temos assumido.
3. Para que não restem dúvidas, esclarecemos: o apoio do MIL à candidatura presidencial do Doutor Fernando Nobre não foi uma decisão que tenha gerado unanimidade (o que, de resto, quase nunca acontece), mas não gerou qualquer “fratura” – gerou, tão-só, a substituição de um membro do nosso Conselho Consultivo, constituído por 25 pessoas. Falar pois de uma “fratura” a propósito da substituição de uma pessoa no universo de 25 é algo de inteiramente desproporcionado. Se a pessoa substituída nos merece a maior consideração, todas as outras pessoas que integram os nossos órgãos merecem-na igualmente em não menor medida.
4. Quanto ao que realmente importa, decidimos, de facto, apoiar a candidatura presidencial do Doutor Fernando Nobre – por duas razões, essencialmente:
– em primeiro lugar, porque, tal como disse o próprio Doutor Fernando Nobre na Apresentação da sua Candidatura, “Portugal precisa de um Presidente que venha verdadeiramente da sociedade civil, que seja independente, que nada precise da política e que conheça bem o país e o mundo”. Para mais, nesta situação de grave crise estrutural em que vivemos;
– em segundo lugar, porque o Doutor Fernando Nobre tem desde há muito defendido o reforço dos laços entre os países lusófonos – não só no plano cultural, mas também social, económico e político, tendo em vista a criação de uma verdadeira Comunidade Lusófona, no aprofundamento da CPLP: objectivo maior do MIL. A nosso ver, de resto, só essa reorientação estratégica de Portugal poderá dar resposta a essa situação de grave crise estrutural.
5. Um dos princípios e objectivos do MIL é o de “regenerar a democracia em Portugal” (cf. “Declaração de Princípios e Objectivos do MIL”, V) – por isso, por exemplo, lançámos, há poucos meses, uma Petição em defesa das candidaturas independentes à Assembleia da República (decerto, uma posição tão “política” como esta). Porque não estamos ligados a nenhum partido, decidimos apoiar uma candidatura que é assumidamente supra-partidária. Sendo esta a posição institucional do MIL, e porque valorizamos em máxima medida a Liberdade – ao contrário, precisamente, dos Partidos, sempre prontos a declarar a “disciplina de voto” –, respeitaremos quem, no âmbito do nosso movimento cultural e cívico, não nos acompanhar nesta posição.
Lisboa, 14 de Março de 2010
MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO
http://www.movimentolusofono.org/
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