Mário Beirão
Um Poeta Injustamente Esquecido
Nasceu em Beja, a 1 de Maio de 1892, e faleceu em Lisboa, a 19 de Fevereiro de 1965.
Licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa e foi Conservador do Registo Civil de Mafra.
Colaborou em diversas revistas literárias como, A Águia – tendo feito parte do grupo saudosista de que esta revista era porta-voz, Ocidente, Mundo Português, e, Portucale.
Ao lado das características saudosistas e das profundas raízes nacionalistas, Mário Beirão manifesta um tom populista precursor do telurismo de Miguel Torga e do regionalismo dos neo-realistas.
Escreveu as seguintes obras: O Último Lusíada (1913), Novas Estrelas (1940) – com a qual ganhou o Prémio Ricardo Malheiros -, Lusitânia (1917), Ausente, Pastorais (1923), A Noite Humana (1928), Mar de Cristo (Prémio ‘Diário de Notícias’, 1957), O Pão da Ceia (1964), e, Oiro e Cinza (1946).
Na perspectiva de David Mourão-Ferreira, são as seguintes, as principais tendências da obra do poeta bejense:
“ Mário Beirão mostrou-se inalteravelmente fiel à sua tríplice vocação de predestinado aedo da vasta Casa Lusitana, de cantor dos campos e das gentes do Alentejo, de lírico repartido entre a sondagem metafísica da alma e o franciscano que louvou os aspectos mais simples da natureza e da existência humana.”
Em Poesias Completas, António Cândido Franco, autor de uma «introdução à poesia de Mário Beirão», e José Carlos Seabra Pereira, que procedeu a uma exaustiva análise da obra deste autor, afirmam que a modernidade de Beirão “não está só na forma como tratou em verso, e em verso de inesperado efeito métrico e rítmico, os problemas da narrativa – recorrendo com familiar à-vontade a processos pós-naturalistas que só se vulgarizam entre nós depois da Presença -, mas na expressão subjectiva que modelou verbalmente, e que é um dos momentos líricos mais intensamente sonoros da língua portuguesa de sempre.”
Sem comentários:
Enviar um comentário