Não posso estar mais de acordo: "Não podemos querer a globalização, e depois ficar agarrados ao que nos dá jeito", como avisou Paulo Nunes de Almeida. Não podemos querer servir a dois senhores. Seja assim abolido o 1.º de Dezembro, que limita a pátria a um dia - e o Carnaval, agora que os tolos têm o ano inteiro para reinar.
Quanto às horas de trabalho diárias, sempre ouvi dizer, quando era criança, que os nossos reis trabalhavam incansavelmente pela grandeza da pátria. Pois bem, trabalhem também incansavelmente, oh malandros - sois acaso mais do que o venerável Fundador, que não tinha férias nem hora de saída?
Feliz globalização para todos vós - e paz na terra às empresas de boa vontade.
PS. Como é evidente, não defendo que se esqueça a pátria. Basta que todos passemos a comprar, sei lá, bonequinhos e bandeirinhas no 1.º de Dezembro, que certamente além do mais revitalizariam a economia, que bem precisa. Tadinha.
10 comentários:
Esse amiguito com angústia dos feriados está mesmo a pedir uma temporada na Finlândia a puxar o trenó do Pai Natal...
Abraço! Feliz Natal, cristão! :)=
Nos feriados patrióticos ninguém mexa! Já nalguns feriados religiosos...
:)
Abraço MIL
Renato, 'bora com uma petição a abolir o Domingo? ;)
Agora a sério: obviamente os feriados religiosos deviam ser todos abolidos. E agora não me venham com 'tradições': as tradições não são o que dá jeito no momento.
Quanto ao 1.º de Dezembro, chamar-lhe 'feriado patriótico' é de um optimismo avassalador. Mais tristonho apenas o 5 de Outubro.
Também a sério: feriados "patrióticos" só manteria o de 10 de Junho (apesar das objecções do Octávio). O 1º de Dezembro é já uma relíquia histórica (ainda que a independência seja um valor a preservar). Todos os outros cindem mais do que unem. Ou seja, são pouco patrióticos...
Quanto aos feriados religiosos, estou à espera que as forças que mais contestam a influência da Igreja na sociedade (sindicatos e partidos mais à esquerda, em geral) venham a dar esse passo. Mas esperarei sentado, como é óbvio. Sei que a coerência não é um grande valor entre os nossos compatriotas...
Casimiro e Renato, façam-me lá o jeito de não acabarem com o Natal e a Páscoa. Quanto ao 10 de Junho, se não for pedir muito, também me dá jeito que não acabe, é o aniversário da minha Mãe. No resto, e começando pelo carnaval, vamos a isso, mas não toquem no 25 de Abril.
Esperando da vossa parte alguma atenção, obrigado.
Caro Pires, o Natal acabou por mãos do gordo da Coca-Cola. E a Páscoa calha a um Domingo sempre - feriado é a sexta-feira santa, o mais importante dia para os cristãos (dos 'feriados' propriamente ditos), por ser o dia da morte de Cristo - e por isso mesmo, o menos adequado a ser um feriadinho no shopping.
Renato, a curiosa duplicidade do capitalismo vai ser mais forte do que os sindicatos: acabar com os feriados não-religiosos (ou seja, os 'patrióticos') e manter os 'religiosos' para contentamento dos bispos, depois de os transformar em festas de consumo. Nada de novo.
O 25 de Abril será, daqui a uma geração, o próximo 5 de Outubro...
Dos religiosos, os únicos que sobreviverão serão o "Natal" (agradeçam ao "gordo da Coca-Cola"!) e a Páscoa: apesar da sexta-feira santa não ser "capitalizável".
Ah, e o Carnaval vai-se manter...
P.S.: Uma pequena provocação aos cristãos sobre o Pai Natal: não acham que seria ainda mais obsceno pôr o Cristo a fazer de "aquele-que-oferece-prendas"?
E não me perguntem porque se vai manter o Carnaval: há coisas que estão para além de todas as razões...
Nada de abolir feriados, nem de um género nem de outro; apesar de cada vez mais gente não fazer a mínima ideia do que os feriados celebram, e de os feriados religiosos serem a compensação (para mim mais agradável) de termos levado com o Cristianismo... Eu sou a favor da duplicação dos feriados, uma vez que não fizemos da sesta uma instituição - somos os europeus ocidentais com a maior carga horária de trabalho e o País não sai da cepa torta... nesse caso, descansemos!
Klatuu, nenhum feriado será abolido. Apenas se 'pedirá' às pessoas que trabalhem neles - não acontece assim nos supermercados, nos shopping? E há mundo para além deles?
Enviar um comentário