O século XIX permitiu fixar as bases da língua portuguesa actual. Essa obra deve-se a escritores de génio como Garrett, Camilo e Eça de Queirós (que Alexandre Herculano me perdoe...) e a grandes poetas como Antero de Quental .
Neles enraíza tudo o que de melhor se escreveu em Portugal, desde então.
Entre esses grandes vultos, nenhum foi tão genuinamente português como Camilo, tão apegado à fala e aos costumes da nossa gente. Garrett e Eça correram mundo e receberam influências daqui e dali. Camilo raramente terá postos os pés fora do solo pátrio. É nas suas páginas que mais claramente se sente o pulsar dos corações portugueses.
Foi depositado no Jazigo de Freitas Fortuna, no Cemitério da Irmandade da Lapa, no Porto.
É tempo de os seus restos mortais serem transladados para o Panteão Nacional, onde já repousa Garrett. Proponho iniciar na Internet um movimento de recolha de assinaturas destinado a pressionar a ministra da Cultura nesse sentido.
Não sei se esta ideia é enquadrável nos objectivos do MIL, mas seguramente não os contraria.
António Trabulo
4 comentários:
Concordo. E merece muito mais do que Aquilino Ribeiro...
Decerto, não discordo. Mas o problema é que o nosso Panteão está longe de ser um verdadeiro Panteão. Tantas figuras que lá não estão. E se o Camilo merece lá estar, outras não menos: Agostinho, Pascoaes...
Pois eu discordo, ou melhor - porque não sou chamado ao assunto - lamentaria profundamente que isso acontecesse.
Mas devemos começar pelo princípio desta história: o que é para os meus amigos um 'panteão'?
O Panteão é o local onde deveriam estar todos os Maiores da Pátria. O problema é que não estão lá todos (longe disso), nem sequer os "mais maiores". Se houvesse um critério coerente, acho que o Camilo poderia lá estar. Apesar de não ser particularmente camiliano...
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