O Milhafre divulgou
aqui a recente publicação, pela Transparency International, de um índice global sobre a percepção da corrupção, que hierarquiza 180 países numa escala de 10 (ausência absoluta de corrupção) a 0 (corrupção absoluta, passe o paradoxo).
Nesses 180, nós ficámos pelo 'meio-baixo' da tabela, assim:
Portugal - 35.º (a par de Porto Rico)
Macau - 43.º (a par da Costa Rica)
Cabo Verde - 46.º (ex-aequo com a Hungria e o Bahrein)
Brasil - 75.º (com a Colômbia, o Peru e o Suriname)
São Tomé e Príncipe - 111.º (com as ilhas Salomão e o Togo)
Moçambique - 130.º (a par das Honduras, Líbano, Líbia, Maldivas, Mauritânia, Nicarágua, Nigéria e Uganda)
Timor - 146.º (com os Camarões, Equador, Quénia, Rússia, Serra Leoa, Ucrânia e Zimbabwe)
Angola e Guiné Bissau - 162.º (mais ambos os Congos, o Quirziguistão e a Venezuela)
Pena que a Galiza ainda não possa constar autonomamente deste índice.
Agora vejamos isto de outros modos (e referir-me-ei apenas a Portugal...):
Por um lado, não estamos mal no conjunto dos países do Sul-Mediterrâneo, herdeiros das gloriosas recordações da civilização romana:
Vamos atrás da França (24.º), de Chipre (27.º), de Israel e de Espanha (ambos em 32.º), mas melhores que Malta (42.º), Jordânia (49.º), Turquia (61.º), Itália (63.º), Montenegro (69.º), Grécia (71.º), Marrocos (89.º) Albânia (95.º) ou Egipto (111.º)...
Por outro, a temível civilização anglo-saxónica/nórdica/germânica, que imaginou a 'Europa', que segregou a 'globalização', que talvez vampirize o mundo e que será (alguém duvida?), o maior adversário da futura e quinto-imperial União Lusófona, ocupa os seguintes lugares do pódio:
1.º (Nova Zelândia); 2.º (Dinamarca); 3.º (Suécia); 5.º (Suíça); 6.º (Finlândia e Holanda); 8.º (Austrália, Canadá e Islândia), 11.º (Noruega), 12.º (Luxemburgo), 14.º (Alemanha e Irlanda), 16.º (Áustria), 17.º (Grã-Bretanha), 19.º (Estados Unidos) e Bélgica (21.º).
Malditos Europeus. Resta-me lusofonar o saudoso Serge Gainsbourg: Contra os Canhões etcaetera...*
* Nota: Gainsbourg cantou, em 1979, o hino nacional da França (Allons enfants de la Patrie...) numa versão a que chamou Aux Armes etcaetera, genialmente ritmada à maneira reggae. Num concerto em Paris foi forçado, claro, a apaziguar um bigodudo grupo de pára-quedistas que se apresentou fardado a exigir desforço deste atentado aos valores sublimes da Pátria.
3 comentários:
bem, mau mau, nesse índice é que se segundo me lembro caímos uns lugares desde a última vez...
essa tendência é que é aqui o ponto mais preocupante, Casimiro... tendência descendente!
Não sei... porque exatamente (vê lá, até tirei o 'c'...) se trata de um 'ranking'. Não nos é dito se 'subimos' ou 'descemos' em termos absolutos, ou seja, se há mais ou menos percepção de corrupção do que em anos anteriores.
Se não, é como na velha história de no Irão não haver homosexuais...
Mas a questão preocupante parece-me ser esta: como os imitar, sem nos tornarmos iguais a eles? E todas as outras que, por sua vez, esta suscita (imitá-los em quê, exatamente???)
Os Estados Unidos nasceram de 4 nações europeias e não de uma só como o Brasil (França, Inglaterra, Espanha e Rússia). Independentemente da economia da mentalidade etc., Portugal é uma aliado natural dos USA (a potência colonial que falta). Olhem para a história, sempre foi... Não vejo as coisas dessa forma, tão clara. Tudo depende do curso das coisas..
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