“O primeiro Portugal foi o Portugal continental, o da defesa contra a Espanha, ou melhor, contra Castela, e, porventura, sobretudo, o Portugal da velha unidade galaico-portuguesa, o Portugal lírico e guerreiro das cantigas de amigo e das velhas trovas do cancioneiro popular; nele estiveram as raízes mais profundas da nacionalidade e nele sempre residiram as inabaláveis bases daquele religioso amor da liberdade que caracteriza Portugal como grei política (…).”.
“Terminada, porém, a fase de expansão, outro Portugal entrou em jogo e muito mais adaptado à sua tarefa do que o Portugal do Norte, demasiado rígido para as aventuras da miscigenação, da tessitura económica e do nomadismo que não conhece limites, e, no entanto, firmaria fronteiras (…).”
“[Finalmente, o terceiro Portugal] É um Portugal que não tem seu centro em parte alguma e cuja periferia será marcada pela expansão de sua língua e da sua cultura de Pax in excelsis que ela levar consigo (…): [é] o Portugal da Hora, o Portugal de Bandarra, de Vieira e da Mensagem (…).”
3 comentários:
sendo que regressar ao "Portugal da velha unidade galaico-portuguesa" seria cumprir o círculo e alcançar finalmente a verdadeira potencia dessa pátria luso-galega, sempre adiada numa incompletitude que explica muito do nosso atávico atraso...
Esse Portugal acabava no rio Vouga, meu amigo. Não queiras gaitas de foles em Loulé para não teres alfarrobas em Santiago - foi esse o erro de Castela.
acabava, mas não acaba mais... a mesma língua estende-se agora até ao Algarve e muito mais além, até ao Brasil e a Timor.
E esse é (acredito) o "Portugal" a que há que regressar...
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