Questões de
antropologia filosófica e outros textos, Lisboa, MIL/ DG Edições, 2025, 204
pp.
ISBN: 978-989-36224-3-8
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa).
Desde 2008, "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".
Colecção Nova Águia: https://www.zefiro.pt/category/zefiro-nova-aguia
Outras obras promovidas pelo MIL: https://millivros.webnode.com/
Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)
A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)
Agostinho da Silva
Questões de
antropologia filosófica e outros textos, Lisboa, MIL/ DG Edições, 2025, 204
pp.
ISBN: 978-989-36224-3-8
Para encomendar: info@movimentolusofono.org
Colecção Nova Águia: https://www.zefiro.pt/category/filosofia-nova-aguia
Outras obras promovidas pelo MIL: https://millivros.webnode.com/
Cinquenta anos depois da nossa
descolonização dita “exemplar”, é de facto, tempo, mais do que tempo, de pedir
enfim desculpas – como tanto têm reclamado os detractores da nossa história.
Por uma vez, esses detractores,
em cada vez maior número, têm razão: temos a obrigação de pedir desculpas por
uma descolonização tão “exemplarmente má”.
E não estamos a falar em
particular dos chamados, mal chamados, “retornados” – muitos deles nascidos em
África e que, de um momento para o outro, se viram obrigados, em muitos casos
apenas por terem um tom de pele mais claro, a regressar a um país que mal ou
nada conheciam.
Sabemos que muitos deles não
gostarão de ouvir o que se segue, mas di-lo-emos na mesma: se o seu sacrifício
fosse o sacrifício necessário para que os países donde vieram prosperassem,
então poderíamos, no limite, considerar que esse tinha sido um sacrifício
“aceitável”, por mais que “tragicamente aceitável”.
Na verdade, porém, não foi nada
disso que se passou. Com a expulsão dos chamados, mal chamados, “retornados”,
esses países ficaram altamente depauperados a nível de mão-de-obra qualificada,
o que desde logo inviabilizou qualquer miragem de real prosperidade. Para além
disso, a prometida “libertação” nem chegou a ser sequer uma miragem. Basta
dizer que, sem excepção, todos os novos regimes políticos que então emergiram
foram regimes de partido único.
Cinquenta anos depois de todo
esse processo, é de facto, tempo, mais do que tempo, de pedir enfim desculpas.
Nós pedimos: a todos os chamados, mal chamados, “retornados” e, sobretudo, a
todos os povos irmãos lusófonos, cuja prometida “libertação” foi realmente uma
farsa, como, cinquenta anos depois, ainda é visível. Aluda-se apenas, para o atestar,
ao que se tem passado, nestes últimos tempos, em Moçambique.
Renato Epifânio
O Movimento Internacional Lusófono (MIL) entende que a Comunidade dos Países de Lingua Portuguesa (CPLP) desistiu da Guiné-Bissau, facto que repudia, mas garante: "Nós não desistimos". O presidente do MIL, Renato Epifânio, não vê com satisfação o caminho que a CPLP segue.
DW: A CPLP está a lidar com a crise guineense da forma que devia?
Renato Epifânio (RE): É preciso que a própria CPLP haja de uma forma mais afirmativa ao mais diversos níveis. Na Guiné-Bissau promovendo uma cooperação mais próxima, mais presente de modo a que estes desrespeitos pela Lei Constitucional não ocorram. Essencialmente apelamos a que a CPLP, ou seja, todos os governos de diversos países, se envolvam-se em todos estes casos. Por outro lado temos também uma petição de envolvimento da sociedade civil.
DW: Lançaram uma petição onde exigem maior contundência a CPLP, mas a organização é desprovida de poderes políticos. Que resultados esperam de quem or essência não vos pode oferecer nada?
RE: A CPLP é gerida pelos diversos governos, portanto, a CPLP fará o que os governos, que têm o real poder, decidamo que a CPLP possa fazer. Obviamente que a CPLP no atual contexto, na atual orgânica constitucional é um mero secretariado executivo, sabemos disso, mas o que nós defendemos é que a CPLP se altere para assim poder corresponder a esses anseios e de toda a sociedade civil. É preciso dar meios para que a própria CPLP possa corresponder ao que se está a passar. Imagine que estas eleições na Guiné-Bissau, acompanhada por algumas pessoas, mas que não tiveram meios para precaver o que depois se veio a verificar, mas que a CPLP acompanhava de forma massiva todo o processo eleitoral, eu diria que o que se passou não teria se passado
DW: Os membros da CPLP têm lavado as mãos para o caos que se instalou na Guiné-Bissau, como Portugal e Cabo Verde. Trata-se de respeito, receio ou indiferença?
RE: Infelizmente eu acho que é uma indiferença, mais do que isso, é uma certa desistência da Guiné-Bissau. A Guiné-Bissau está se a tornar um caso crónico, que está sempre em crise, muitas vezes em graves atropelos a ordem constitucional, da regeras elementares da democracia e obviamente que isso tem consequências e os diversos países assumem a suas frustração, a sua incapacidade de mudar as coisas. E sublinho, não é Portugal sozinho que pode alterar a situação na Guiné-Bissau, até porque isso obviamente levantaria fantasmas de neocolonialismos e por aí a fora, mas teria de ser uma entidade transversal de diversos países, seria a CPLP que, de facto, pudesse resolver essa situação de crise de modo a que isto depois tenha eco e repercussão a nível político e diplomático. Nós não desistimos, no imediato os sinais não são positivos, mas a médio e longo prazo temos a convicção que o caminho é esse.
DW: Acha que uma organização como a CPLP deixa se contagiar por petições e ações semelhantes, se considerarmos o seu historial e todo o posicionamento em relação às crises na organização?
RE: A própria CPLP não, porque não tem capacidade para ela própria se reformar, mas diversos governos, sim. Se os diversos governos alterarem a sua posição, se empenharem mais fortemente na própria CPLP as coisas mudarão. O nosso ponto é esse, é sensibilizar a opinião pública para que as várias opiniões públicas tenham interferência nos diversos governos e estes por sua vez procedam com esta reforma da CPLP.
"Raiz di polon: a dança contemporânea cabo-verdiana como forma de expressão filosófica", de Elter Manuel Carlos
MIL/ DG Edições, 2025, vol. I, 114
pp.
ISBN: 978-989-36224-2-1
"O Advento do Quinto Império", de António de Abreu Freire
MIL/ DG Edições, 2025, 141 pp.
ISBN: 978-989-36224-7-6
"Da Saudade – de Endovélico por Atégina: Mitos & Mistérios da Portugalidade", de Luísa Borges
MIL/ DG Edições, 2025
ISBN: 978-989-36597-2-4
ISBN: 978-972-8958-26-8
Para encomendar: info@movimentolusofono.org
Colecção Nova Águia: https://www.zefiro.pt/category/filosofia-nova-aguia
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