Portugal e Cabo Verde firmaram
recentemente um acordo bilateral para criar um Fundo Climático Ambiental,
envolvendo cerca de 12 milhões de euros por parte de Portugal. O acordo foi
assinado pelos Ministros das Finanças de ambos os países, em Lisboa, tendo sido
salientado que este acordo permitirá a conversão de dívida em investimento, visando
acelerar a transição climática e promover uma economia mais ecologicamente sustentável.
A dívida de Cabo Verde até 2025, totalizando 12 milhões de euros, será
destinada a um fundo ambiental para financiar a transição climática do país. Em
2025, será feita uma avaliação do sucesso da operação, com a possibilidade de
ampliar o mecanismo para toda a dívida de Cabo Verde, que ronda os 140 milhões
de euros.
Este acordo é uma medida
concreta numa área onde muitos discursos são feitos mas poucas acções efectivas
são tomadas. A este respeito, o Primeiro-Ministro cabo-verdiano salientou que o
investimento total na transição energética de Cabo Verde é de aproximadamente
520 milhões de euros, sendo 65% financiado pelo sector privado através de
parcerias público-privadas, tendo ainda convidado investidores portugueses a
explorarem oportunidades no sector de energias renováveis e mobilidade eléctrica,
no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (PEDS II), focado
na sustentabilidade ambiental, acção climática, transição energética, turismo
sustentável, economia azul, economia digital e energias renováveis.
Sendo esta uma iniciativa assaz meritória, propomos a criação de um Fundo Climático Ambiental à escala lusófona, envolvendo todos os demais países da CPLP: Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Num tempo de crescente reconfiguração geopolítica à escala global, a cooperação lusófona, nesta e em todas as outras áreas, deverá ser, cada vez mais, uma prioridade estratégica para Portugal – numa perspectiva de futuro e não, de todo, numa lógica passadista, de “reparação”, em que algumas vozes, anacronicamente, insistem. Sobretudo nesta área do ambiente, de modo a fazer do espaço lusófono um espaço de referência, exemplar, na necessária e urgente transição climática e energética à escala global. Com a criação de um Fundo Climático Ambiental à escala lusófona, a própria CPLP irá encontrar uma razão acrescida para a sua existência, promovendo uma iniciativa que será decerto inspiradora para outros blocos geolinguísticos e geoculturais.
MIL: Movimento Internacional
Lusófono
9 comentários:
haja vontade dos restantes países da CPLP para copiearem este exemplo
Uma boa causa.
a urgência do combate às alterações climáticas e o reforço da cooperação no espaço lusófono levam-nos a aplaudir a iniciativa de criação do fundo climático ambiental.
De acordo, parece-me uma boa iniciativa.
Concordo com a questão climática. Sempre que se trata de questões climáticas, estou atento. Neste caso, tendo em conta o contexto referido.
Subscrevo inteiramente a proposta, caríssim@s companheiros.
A problemática climática revela-se bastante urgente dado os crescentes riscos para a Saúde Pública da Humanidade e das populações do espaço lusófono. Parece-me muito pertinente a iniciativa, bem como o argumento aduzido, uma vez que vivemos numa casa comum, que tem de ser preocupação de tod@s cuidar.
Saudações cordiais e fraternas,
Nuno Sotto Mayor Ferrão
muito bem!
Percebo nadinha da contabilidade. Depositar a dívida caboverdiana no Fundo comunitário a criar fica a expensas de Portugal ? O valor da dívida de Cabo Verde o devedor tem que depositar no respetivo Fundo Climático a criar, bem como Portugal que deve entrar com a sua parte.
Ótima iniciativa!
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