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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Timor-Leste assinala Dia Internacional da Língua Materna

 Díli – O Dia Internacional da Língua Materna é celebrado anualmente a 21 de fevereiro, este ano sob o tema Educação multilingue como pilar da aprendizagem intergeracional. A efeméride visa chamar a atenção para a necessidade de se traçarem políticas de educação multilingue e inclusiva, por forma a garantir a preservação das línguas maternas.

Estima-se que existam mais de 30 idiomas em Timor-Leste, sendo que metade destes corre o risco de desaparecer. Segundo os Censos da População de 2010, há várias línguas em risco de extinção, como, por exemplo, o Makua, que conta apenas com 56 falantes, o Atauran, com 147 falantes, o Adabe, com 181 falantes, o Nanaek, com 297 falantes e o Isni, com 703 falantes.

Para o Coordenador da Divisão da Cultura da Comissão Nacional para a UNESCO de Timor-Leste (CNTLU), Augusto Salsinha, as línguas maternas fazem parte da identidade de um país, por isso, devem ser preservadas.

“A maioria dos jovens do suco de Ulmera, em Liquiçá, fala tokodede, mambas e tétum. Apenas oito famílias, cujos membros têm mais de 50 anos, falam manetlan, isto faz com que esta língua se vá extinguir a curto prazo”, informou o dirigente à Tatoli, no Bairro Pité, em Díli.

Augusto Salsinha referiu que, numa tentativa de se preservar as línguas maternas, desde 2020, a CNTLU produziu livros bilingues, em tétum e nas línguas mambae, bunaq, bekais, makalero, naweti, dadua e manetlan, acrescentando que ainda, este ano, a comissão lançará livros escritos em Lolein, Lacalei e Isni.

O responsável explicou ainda que para a elaboração de livros nas mais variadas línguas, a equipa da CNTLU recolhe informação através de entrevistascom os chamados lian nain (donos da palavra), nas quais são contadas lendas, orações e costumes tradicionais. Após isso, a informação recolhida é compilada e, grande parte dela, é traduzida para tétum.

“Não podemos traduzir tudo para tétum, porque há frases muito específicas, como orações em receções e eventos culturais, que não podem ser traduzidas para que não percam a força espiritual de acordo com as crenças locais”, explicou Augusto Salsinha.

Segundo o dirigente, a comissão recebe anualmente cerca de 25 mil dólares americanos da UNESCO e 10 mil da Secretaria de Estado da Arte e Cultura (SEAC).

Para a Diretora do Instituto Nacional de Linguística, Rosa Tilman, a efeméride permite que as comunidades poliglotas reflitam sobre a preservação das suas línguas maternas. Na opinião da dirigente o lançamento de livros naquelas línguas assume especial importância, uma vez que estes “são uma herança para as futuras gerações e uma referência para aqueles que queiram aprender as línguas”.

Questionada sobre o desenvolvimento e a preservação das línguas maternas em Timor-Leste, Rosa Tilman disse que, relativamente ao tétum, esta se está a desenvolver bastante nas zonas rurais, pois as comunidades mantêm tradições orais na vida quotidiana.

Já o Diretor Interino da Direção Nacional do Património Cultural da SEAC, Claudino Cabral, referiu que “na base das várias línguas maternas no país esteve a influência de falantes da melanésia e da austronésia.

Claudino Cabral referiu que, este ano, a SEAC disponibilizou cerca de 29 mil dólares americanos para atividades de preservação do património cultural na língua Fatuluku no município de Lautém. Afonso do Rosário – Timor-Leste in “Tatoli”  

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