Díli – O Chefe de Estado timorense, José Ramos Horta, e o seu homólogo angolano, João Lourenço, discutiram a possibilidade de uma cooperação bilateral e, no seguimento, oportunidades de investimento na região de Sudeste Asiático (ASEAN), incluindo o estabelecimento de uma embaixada de Angola em Timor-Leste. O foco foi, no entanto, o papel que Angola pode ter na transformação de Timor-Leste num entreposto para transações comerciais com a ASEAN.
Estas discussões surgiram à margem da tomada de posse do novo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
“O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola vai realizar em breve uma visita a Timor-Leste, bem como o Presidente, uma vez que nenhum Chefe de Estado angolano visitou o país. Para além disso, discutimos também a possibilidade de abrir uma embaixada”, informou Ramos Horta, num comunicado da Presidência da República, que a Tatoli teve acesso.
Relativamente à integração de Timor-Leste na ASEAN, o Presidente timorense defendeu que esta será uma plataforma de investimento para a Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP).
“Este ano, 2024 ou 2025, Timor-Leste tornar-se-á membro da ASEAN. Esta será uma plataforma para países como Angola, Portugal e Brasil, de modo a colocarem produtos no país como se este fosse uma plataforma de reexportação para os países da ASEAN”, frisou.
No caso de Angola, o Chefe de Estado timorense afirmou ainda que aquele país é um dos maiores produtores de petróleo, diamantes, ouro e carvão e alguns empresários angolanos investiram na China e são proprietários de residências em Singapura, pelo que um vínculo à ASEAN já existe e pode ser potenciado via trânsito por Timor-Leste.
Ramos Horta salientou que Timor-Leste poderia tornar-se mesmo num entreposto para a transação de produtos, à imagem do modelo comercial adotado por Singapura para acomodar e fazer circular produtos importados de outros países.
O Chefe de Estado pediu ao Governo brasileiro para estabelecer uma fábrica de medicamentos em Timor-Leste e ao Executivo português para investir na indústria têxtil e na de calçado, uma vez que Portugal produz sapatos de qualidade. Afonso do Rosário – Timor-Leste in “Tatoli”
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