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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

domingo, 9 de maio de 2021

Macau - Ensino do português cresceu mais de 50%

 A percentagem refere-se aos últimos 10 anos e mostra que o ensino da língua de Camões tem aumentado nas escolas, em alunos e professores sob administração chinesa. Crescimento do mandarim não coloca em causa o cantonês, assumem as autoridades da educação do território


Os dados foram ontem divulgados durante uma sessão de convívio com a comunicação social local, organizada pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ).

Neste momento existem em Macau cerca de 180 alunos a frequentar turmas em que o português apresenta uma importância igual à do chinês. Nos ensinos primário e secundário, o total das escolas com oferta de português é, em 2021, de 53 instituições de ensino, sendo que a “promoção do português tem sido feita melhor possível”, garantiu Lou Pak Sang, director do organismo que tutela a educação no território.

“A língua portuguesa é uma língua oficial, por isso, nas escolas púbicas o seu ensino é obrigatório. Pelos dados que nos chegam, a procura do português no privado tem aumentado. Por isso, não temos dúvidas que a língua portuguesa é muito importante em e para Macau”, constatou o responsável máximo da DSEDJ, que disse ainda que “há lugar à promoção da língua em actividades extracurriculares diversas e ainda nos tempos livres”.

Dados preliminares do Governo da RAEM em relação ao ensino superior, revelados à Lusa em 2020, contabilizam nos últimos 20 anos um crescimento de 374% no número de alunos nos cursos leccionados em português entre os anos lectivos 1999/2000 e 2019/2020.

A DSEDJ também foi questionada sobre a perda de importância do cantonês face ao crescimento do mandarim em Macau, mas o director do organismo desdramatiza a situação. “A DSEDJ dá muita importância ao ensino do cantonês. É a língua desta região, sempre foi. Não sei responder quantas escolas estão a usar o cantonês ou o mandarim como língua veicular, mas as escolas têm autonomia para escolher. Penso que a decisão depende sempre dos professores que leccionam as aulas. Da nossa parte, a promoção do cantonês é para continuar, porque é algo muito forte culturalmente. Recorremos a poesia e a vídeos em cantonês para explicar a importância da língua e, claro, não podemos esquecer a cultura cantonesa. Seja como for, vamos continuar a reforçar a promoção do cantonês, sem prejudicar o mandarim”, assumiu Lou Pak Sang.

Evitar excesso de trabalhos de casa

A conversa dos jornalistas com a DSEDJ foi propícia ao debate de diversos assuntos. O excesso de trabalhos de casa foi outra das temáticas abordadas. Para o organismo público, “não há pressão em excesso nas escolas de Macau” sobre esse assunto. Há, sim, escolas mais exigentes que outras. “Esperamos que haja um limite de trabalhos para casa dados aos estudantes. Os alunos não devem fazer daquilo que é estritamente necessário”, defendeu Lou Pak Seng.

Para o director da DSEDJ, os professores devem melhorar a sua capacidade de ensino, por forma a garantir que os alunos não tenham deveres excessivos fora do âmbito escolar. “As queixas tem surgido. Estamos atentos e vamos tentar melhorar esta questão”, garantiu o responsável.

O acesso ao ensino infantil também mereceu a atenção das autoridades e dos jornalistas. O registo central para acesso escolar das crianças ao ensino infantil aconteceu, pela primeira vez, este ano. A DSEDJ considera que a medida foi um sucesso e revelou que, para o ano lectivo de 2021/2022, o número de crianças no registo central ultrapassou 5.700, sendo que o número de inscrições no ensino infantil representa cerca de 96% do número total de crianças registadas, situação semelhante à verificada em anos anteriores.

Contudo, com menos 500 alunos, os docentes podem estar em risco. A DSEDJ mostra-se preocupada com essa situação e com a diminuição de 10 turmas no último ano. “Algumas escolas disseram-nos que vão contratar, outras que vão mudar a função de alguns docentes, mas nenhuma garante que não possa despedir pessoal”, afirmou Lou Pak Seng.

Depois do biénio 2012-2014, altura em que se atingiram picos de inscrições de crianças no ensino infantil, a situação, apesar de estável, tem tendência de descida. “Há menos procura e isso é um desafio para a DSEDJ”, assume o director do organismo, que revelou ainda que actualmente, no ensino básico, há cerca de 80 mil alunos distribuídos por 200 turmas.

Patriotismo a quanto obrigas

A DSEDJ fez o balanço do ensino patriótico nas escolas. O organismo revelou que criou, no final do ano passado, uma base de educação patriótica para que os alunos possam ter um contacto com a história e cultura da República Popular da China, não esquecendo o desenvolvimento que o país tem tido nos últimos anos. “É preciso aumentar o sentimento de orgulho pelo nosso país”, assumiu o director da DSEDJ, que lembrou que “as escolas têm autonomia para realizar as suas actividades relacionadas com o ensino patriótico”, assumindo que os pais também têm de estar em consonância com aquilo que são as actividades e a DSEDJ “não deve interferir nisso”.

Em ano de eleições, outra das coisas abordadas na sessão de convívio prendeu-se com a propaganda nas escolas e o facto de muitos candidatos se deslocarem às escolas durante a campanha eleitoral. “Estamos, naturalmente, muito atentos. As escolas não são veículos de propaganda e têm de manter a sua imparcialidade. Vamos continuar a observar se tudo está de acordo com o que está consagrado na lei e como a Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) diz”, assumiu Lou Pak Seng.

Outra das preocupações demostrada pela DSEDJ refere-se à educação parental. O organismo pretende continuar a promover mais o apoio dos pais aos filhos no que toca à educação em casa. Para isso, a DSEDJ vai organizar cursos de educação parental específicos, bem como realizar actividades de formação para associações de pais e encarregados de educação, aumentando a comunicação dos progenitores com as escolas.

A DSEDJ vai ainda publicar diversos livros ilustrados sobre educação para a vida e continuar a apostar na saúde mental e física dos alunos. Para isso, o organismo público vai promover o desenvolvimento de todos os recursos educativos dos pais, intensificando a tal função da educação parental. “É necessário integrar o valor temático da educação para a vida no planeamento escolar e no ensino em sala de aula”, assumiu Lou Pak Seng.

Por fim, tempo ainda para aprofundar os planos das autoridades para as férias dos jovens. As actividades serão organizadas pela DSEDJ e pelo Instituto do Desporto. “Serão disponibilizadas 11 tipos de actividades, com um número de cerca de 24 mil vagas para Julho e Agosto”, notou o responsável da DSEDJ, que ainda acrescentou que no programa “Ocupação de Jovens em Férias”, 37 serviços públicos e instituições privadas de Macau vão oferecer cerca de 480 vagas para estágios.

Já o programa de estágios para estudantes do ensino superior divide-se em dois tipos: estágios locais e estágios na China continental, sendo que, para este ano, foram disponibilizadas cerca de 400 vagas. Gonçalo Pinheiro – Macau in “Ponto Final”

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