O Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, vai comemorar o Dia Internacional da Língua Portuguesa 2020 com três dias de programação virtual. De 3 a 5 de maio, uma série de atrações vai levar música, ‘slam’ (apresentação de poesia falada), literatura, contação de histórias, oficina, bate-papos e performances às redes do museu. A programação será transmitida no YouTube e Facebook do Museu, a partir das 15h.
Esta é a quarta edição da comemoração pelo Dia Internacional da Língua Portuguesa, que nos anos anteriores foi realizada no saguão da Estação da Luz. Com as medidas de isolamento social requeridas pela pandemia de COVID-19, a programação cultural aproveita a conexão via web para internacionalizar as comemorações, focadas na pluralidade do idioma na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que instituiu o Dia Internacional da Língua Portuguesa no dia 5 de maio.
Entre as atrações estão a dupla portuguesa Fado Bicha, que modernizou as estruturas do tradicional fado em Portugal (domingo, dia 3); o encontro ‘Poesia na língua do slam’, apresentado por Roberta Estrela D´Alva com participação de poetas do Brasil, Cabo Verde e Portugal (terça-feira, dia 5); e as ‘lives’ Conexão Musical, que acontecerão nos três dias, e terão discotecagem do escritor e músico Kalaf Epalanga (Angola), da cantora Lenna Bahule (Moçambique) e do músico Hélio Ramalho (Cabo Verde), com a interlocução do pesquisador brasileiro Rafael Galante.
O público também vai ser transportado para dentro do Museu da Língua Portuguesa: na performance “Silêncio” (terça-feira), o dançarino Eduardo Fukushima apresenta uma coreografia gravada dentro das instalações do museu, completamente vazio e em silêncio. (Veja programação completa dos três dias abaixo).
A celebração do Dia Internacional da Língua Portuguesa é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, da Fundação Roberto Marinho e do Museu da Língua Portuguesa, e tem como patrocinador máster a EDP, como patrocinadores Grupo Globo, Grupo Itaú, Sabesp e apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, ID Brasil, Revista Pessoa, Festlip e do Governo Federal por meio da lei federal de incentivo à cultura.
Rodas de conversa conectam Brasil, Moçambique, Cabo Verde, Angola, Portugal e Guiné Bissau; escritores leem cartas da quarentena.
A partir do conceito de que a língua se transforma o tempo todo, a programação vai refletir sobre o idioma que se modifica dentro das casas, diante do isolamento social. Baseado na exposição principal do Museu, o roteiro de atrações investiga o contato da língua portuguesa com outros idiomas, suas variações nos continentes e a diversidade dos falares nos grupos sociais.
Ao longo dos três dias, eventos virtuais com autores dos países de língua portuguesa vão unir Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. São encontros como “Ortografia também é gente”, conduzido pela poeta mineira Ana Elisa Ribeiro, que debaterá o uso da palavra como instrumento para dar conta do que é vivenciado hoje.
Com ela, a escritora e artista visual de Guiné-Bissau Gisela Casimiro, o escritor português Marco Neves, o professor moçambicano Nataniel Ngomane e a poeta pernambucana Micheliny Verunschk refletirão sobre a atualidade a partir da língua portuguesa e suas expressões locais; e o projeto “Cartas de um outro tempo”, ambos em parceria com a Revista Pessoa, em que escritores leem cartas sobre esse período de confinamento. Nomes como Itamar Vieira Jr, Isabel Nery, Filipa Leal, Tatiana Salem Levy e Evandro Affonso Ferreira compartilharão suas perspectivas – e suas poéticas – em vídeos exclusivos.
Já na série Peripécias Poéticas, sob curadoria do FESTLIP – Festival Internacional das Artes da Língua Portuguesa, atores de diversos países brincam com seus falares ao interpretar pílulas de poesia em vídeos. Também com curadoria do festival, a atração “Língua portuguesa, prazer em te conhecer” coloca em contato jovens de Angola, Brasil, Portugal e Cabo Verde para vencer as fronteiras geográficas com um animado bate-papo online.
Museografia e Conteúdo
O Museu da Língua Portuguesa será reinaugurado em 2020, após ser destruído por um incêndio. Um dos primeiros museus do mundo totalmente dedicado a um idioma, o Museu celebra a língua como elemento fundador e fundamental da nossa cultura. Por meio de experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos, o visitante é conduzido a um mergulho na história e na diversidade do nosso idioma.
Veja a programação completa do Dia Internacional da Língua Portuguesa:
Domingo (03/05)
15h Contação de histórias, com Fernanda Raquel
Histórias da literatura infantil: alimentos para o corpo e a alma (tradições indígenas e africanas); contos da tradição oral brasileira; e histórias de descobertas (contos que falam de grandes tesouros escondidos dentro de nós)
15h30 Oficina para crianças, com Nina Pauline
16h Conexão musical: Moçambique, com Lenna Bahule e Rafael Galante.
Encontro da musicista moçambicana Lenna Bahule com o historiador brasileiro Rafael Galante. Uma viagem através da língua portuguesa, comum aos dois países, pela história, música e cultura moçambicana e suas intersecções com o Brasil.
17h Show da dupla Fado Bicha.
Apresentação de música com o grupo português Fado Bicha, que imprime uma identidade LGBTQI ao tradicional estilo musical português. O grupo é um projeto musical e ativista desenvolvido por Lila Fadista, na voz e letras, e João Caçador, nos instrumentos e arranjos.
Segunda-feira (04/05)
15h Contação de histórias, com Fernanda Raquel.
15h30 Língua portuguesa, prazer em te conhecer
Com o idioma em comum e sotaques diferentes, jovens de Angola, Brasil, Portugal e Cabo Verde derrubam fronteiras com um animado bate-papo online. Curadoria e produção: FESTLIP.
16h30 Conexão musical: Cabo Verde, com Hélio Ramalho e Rafael Galante.
O músico cabo-verdiano Hélio Ramalho faz uma discotecagem de músicas próprias e de seu país enquanto conversa com o historiador Rafael Galante. O diálogo aproxima estes dois países de língua portuguesa em uma viagem musical.
17h30 Show do grupo de rap Santa Mala
Apresentação do grupo Santa Mala, formado por mulheres imigrantes bolivianas que vivem no centro de São Paulo – próximo do Museu da Língua Portuguesa – um território pleno de diversidade onde a língua portuguesa está sempre em construção.
18h30 Conexão musical: Brasil-Portugal, com Rodrigo Bento.
O DJ Rodrigo Bento, criador da festa de música brasileira Pilantragi, comanda um set de músicas em parceria com coletivos artísticos de Portugal.
Terça-feira (05/05)
15h Contação de histórias, com Fernanda Raquel
15h30 Ortografia também é gente: uma conversa entre escritores.
A poeta mineira Ana Elisa Ribeiro conversa com o escritor português Marco Neves, a escritora e artista visual de Guiné-Bissau Gisela Casimiro, o professor moçambicano Nataniel Ngomane e a poeta pernambucana Micheliny Verunschk sobre a palavra como instrumento para dar conta do que estamos vivenciando hoje.
16h30 Performance “Silêncio”, com Eduardo Fukushima.
Sozinho e com a cópia da chave que abre o portão do MLP o dançarino Eduardo Fukushima descobre um museu em silêncio. Apresenta no lugar completamente vazio pílulas coreográficas inspirada nas instalações do museu.
17h Conexão musical: Angola, com Kalaf Epalanga.
O músico e escritor angolano Kalaf Epalanga faz uma discotecagem afetiva e histórica de músicas de seu país e das relações musicais que constroem seu repertório pessoal, em conversa com o historiador Rafael Galante.
18h Poesia na língua do Slam, com Roberta Estrela D’Alva e convidados do Brasil, Cabo Verde e Portugal.
Slam com os poetas brasileiros Kimani (SP), Lucas Afonso (SP), Lews Barbosa (SP), Wellington Sabino (MG, vencedor do Slam da Língua Portuguesa, promovido pelo Museu da Língua Portuguesa na Flip 2019), Tom Grito (RJ), Bixarte (PB), Allan Jones (SE) e Tatiana Nascimento (DF); a portuguesa Raquel Lima e o cabo-verdiano Edyoung Lennon, ambos participantes do Flip Slam, também realizado pelo Museu na Flip. In “Mundo Lusíada” - Brasil
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