No final de
Setembro do corrente ano, no Palácio da Independência, sede da Sociedade
Histórica da Independência de Portugal, o Professor Armando Marques Guedes
(A.M.G.) proferiu uma muito interessante conferência (e este não é apenas um
“elogio da praxe”), intitulada “A Lusofonia e as transformações securitárias da
bacia do Atlântico” (consultável em www.academia.edu). Sendo conhecido o seu
saber na área da geopolítica, A.M.G. salientou a renovada importância do Atlântico
Sul e do quanto isso é (leia-se: deveria ser) relevante para o pensamento
estratégico da Lusofonia, dado que nessa área vital os países de língua
portuguesa têm uma natural proeminência, a começar pelo Brasil, na América Latina,
e por Angola, em África. Integrando inclusive Moçambique nessa área estratégica do
Atlântico Sul – pela sua ligação aos restantes PALOPs e à África do Sul –,
A.M.G. salientou que apenas dois países lusófonos estão geograficamente fora
desta área: Timor-Leste e Portugal. Daí, em suma, toda a importância desta área
para a Lusofonia: ela é, dir-se-ia, o espaço geopolítico lusófono por
excelência. O problema, como bem denunciou A.M.G., é que os países lusófonos
não agem ainda concertadamente, ou seja, não formam ainda um eixo geopolítico.
A esse respeito, A.M.G. deu o seguinte exemplo: numa recente votação realizada
na ONU sobre a questão da Crimeia, Portugal e Cabo Verde votaram contra as
pretensões da Rússia, Timor-Leste e a Guiné-Bissau não compareceram na votação,
tendo os restantes países lusófonos optado pela abstenção. MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra).
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"
Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)
A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)
Agostinho da Silvaterça-feira, 8 de novembro de 2016
A Lusofonia como (não) eixo geopolítico
No final de
Setembro do corrente ano, no Palácio da Independência, sede da Sociedade
Histórica da Independência de Portugal, o Professor Armando Marques Guedes
(A.M.G.) proferiu uma muito interessante conferência (e este não é apenas um
“elogio da praxe”), intitulada “A Lusofonia e as transformações securitárias da
bacia do Atlântico” (consultável em www.academia.edu). Sendo conhecido o seu
saber na área da geopolítica, A.M.G. salientou a renovada importância do Atlântico
Sul e do quanto isso é (leia-se: deveria ser) relevante para o pensamento
estratégico da Lusofonia, dado que nessa área vital os países de língua
portuguesa têm uma natural proeminência, a começar pelo Brasil, na América Latina,
e por Angola, em África. Integrando inclusive Moçambique nessa área estratégica do
Atlântico Sul – pela sua ligação aos restantes PALOPs e à África do Sul –,
A.M.G. salientou que apenas dois países lusófonos estão geograficamente fora
desta área: Timor-Leste e Portugal. Daí, em suma, toda a importância desta área
para a Lusofonia: ela é, dir-se-ia, o espaço geopolítico lusófono por
excelência. O problema, como bem denunciou A.M.G., é que os países lusófonos
não agem ainda concertadamente, ou seja, não formam ainda um eixo geopolítico.
A esse respeito, A.M.G. deu o seguinte exemplo: numa recente votação realizada
na ONU sobre a questão da Crimeia, Portugal e Cabo Verde votaram contra as
pretensões da Rússia, Timor-Leste e a Guiné-Bissau não compareceram na votação,
tendo os restantes países lusófonos optado pela abstenção.
1 comentário:
Historicamente, no Mundo, a origem da Lusofonia é perfeitamente conhecida e por isso somos temidos . Hão-de tentar de tudo para nos separarem.
Eu se fosse habitante da Crimeia também queria ser Russo, assim, tal como os Crimeios fizeram, por votação.A ideologia comunista é ridícula.
Há já alguns decénios que andam aí uns indivíduos que fazem e desfazem países com uma facilidade que eu nunca entendi e que, comprovadamente têm sido fonte de grande opressão e sofrimento para os povos dessas regiões. Admirável é o contorno que os Russos fizeram a esse "Poder Instalado" que não tem rosto nem é oficialmente identificável e que interfere na identidade dos povos conforme lhe apetece.Sem um único tiro. O que os Russos fizeram é impossível.Mas que admirável é o Povo Russo.
Anda para aí tanto regime político que não tem coragem de perguntar ao povo que governa se está satisfeito com a "forma política" que vigora no país.
Nós queremos daquela democracia a sério que só recorre ao povo para o que é fundamental.Quanto ao resto, os governantes que o façam que é para isso que os colocamos nos lugares que ocupam. Paulo Almeida.
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