Conforme o noticiado em vários
“media”, o Secretário-Executivo da CPLP em exercício, Murade Murargy, antecipou
que a recente crise política no Brasil poderá ter implicações no agendamento da
próxima Cimeira da CPLP: Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Lembrou
ainda que, até ao final de 2016, decorrerão no Brasil os Jogos Olímpicos,
havendo, para além disso, Eleições Presidenciais em São Tomé e Príncipe e em
Cabo Verde, que também terá Eleições Autárquicas. Lembrou, por outro lado, a Cimeira
da União Africana em Julho (esta, por sua vez, não adiada) e o mais recente episódio
da crónica crise política da Guiné-Bissau, que culminou com o Presidente da
República, José Mário Vaz, a demitir o Governo de Carlos Correia, empossado há menos
de um ano (Setembro de 2015).
Todas essas alegações são decerto
pertinentes (e mais algumas se poderiam aduzir, como a crise política que se
vive em Moçambique), mas não constituem, a nosso ver, razão suficiente para
justificar o adiamento da próxima Cimeira da CPLP. Não apenas, desde logo, pela
importante Agenda dessa Cimeira: onde se irá eleger a nova Presidência da
Comunidade, que transita de Timor-Leste para o Brasil, bem como substituir o Secretário-Executivo,
tendo como única candidata à sua sucessão a antiga Primeira-Ministra e
Governadora do Banco Central de São Tomé e Príncipe em exercício, Maria do
Carmo Silveira – a quem desde já desejamos o maior êxito. Mas, sobretudo, por
ser (mais) um sinal de que a CPLP continua a não ser uma aposta estratégica
para os diversos Países de Língua Portuguesa.
Como temos mil vezes reiterado,
só quando os diversos Países de Língua Portuguesa derem provas de apostarem
realmente num caminho de convergência entre si – no plano cultural, desde logo,
mas também, cumulativamente, nos planos social, económico e político –, é que a
CPLP poderá apresentar obra. Enquanto essa aposta continuar a ser a última das
prioridades para os diversos Países de Língua Portuguesa, a CPLP continuará a
ser o que tem sido ao longo destas duas décadas: uma prateleira dourada para
políticos e diplomatas em fim de carreira, uma plataforma político-diplomática
com um discurso bem-intencionado mas quase por inteiro inconsequente, por não
ter meios para cumprir esse caminho de convergência. Apelamos, pois, para que a
próxima Cimeira da CPLP se realize na data prevista. Não podemos continuar a
adiar o nosso comum sonho lusófono. Nos vinte anos da sua existência, impõe-se
que a CPLP se comece enfim a cumprir.
MIL: Movimento Internacional Lusófono
18 comentários:
Subscrevo na íntegra a declaração. Acho que todos os problemas aí mencionados deviam reforçar ainda mais a necessidade dessa cimeira.
Concordo com o texto proposto, pois o adiamento da cimeira só vai adiar a afirmação da CPLP no Mundo.
Sugiro que o texto seja enviado não só aos órgãos de informação, mas também aos Presidentes e Ministros dos Negócios Estrangeiros de todos os países.
Cordialmente,
Jorge da Paz Rodrigues
Parece-me pertinente que não se adie, dadas as razões apresentadas...
Saudações
Concordo com o texto.
Subscrevo na íntegra o teor da declaração apresentada pelo MIL, porque, não obstante as várias crises manifestas em vários países lusófonos, as instituições requerem sentido de continuidade sem interrupções de calendário. Concordo, pois, inteiramente que urge dar um sinal claro de que a convergência lusófona é uma prioridade, como o tem sinalizado o atual Presidente da República Portuguesa. Com efeito, festejar os 20 anos da CPLP exige compromisso com o espírito supranacional dos seus fundadores.
Cordial e fraternalmente,
MIL-ilitante Nuno Sotto Mayor Ferrão
Concordo!
AbraçoMil
Subscrevo na integra, todas essas razões deveriam servir para apressar a cimeira em vez de para a adiar.
Acrescentaria apenas "nos planos social, humanitário, económico e político" que, mesmo parecendo redundante, é diferente e é necessário sempre lembrarmos à CPLP o seu papel como protagonista do desenvolvimento humano das regiões nas quais atua (ou deveria atuar).
Concordo também que uma cimeira não deve ser adiada, em especial se os emolumentos legais prevêem a sua realização. Entretanto, preocupa-me o Brasil assumir a sua presidência neste momento específico da sua história — mas acho que esta é outra questão!
Abraços a todos
completamente de acordo com o texto que se propõe, bem ajustado e pertinente
alexandre banhos
Totalmente de acordo, quando à forma, conteúdo e pertinência do mesmo.
Joaquim Pinto
Subscrevo a proposta de declaração do MIL.
Concordo.
Concordo totalmente com o texto como todos os que se afirmam lusofonos (para deixar bem claro que nada deverá alterar a cimeira da CPLP) sendo o seu papel construir a PAZ e a Tolerância prioridades absolutas para a humanidade. Se não o fizermos urgentemente tudo se perderá.
A mudança do secretário geral apresenta-se como uma oportunidade de mudar o rumo da CPLP vão 20 anos, um século comparando ao tempo da epopeia dos descobrimentos, que em menos tempo se reencontraram e cruzaram povos e comunidades, se abriram as mais diversas portas do conhecimento e desenvolvimento.
Bem hajam todos os pareceres de apoio a este documento do MIL.
Concordo ainda que nenhum Embaixador (que em representação dos presidentes das repúblicas fora do seus países) devem ter conhecimento e agir em conformidade.
Abraço fraterno
Todas as questões aqui referidas sustentam a necessidade de soluções e, por conseguinte, a realização da cimeira no prazo estipulado, sob pena de se verem adiadas as conclusões e implementação das resoluções daí resultantes. Por esses factos, subscrevo na íntegra, a Proposta de Declaração do MIL.
Cordiais cumprimentos.
Victor Fortes
É até caso para dizer que esta crise brasileira comparada à CPLP vale só três vinténs.
Aprovada.
O NOSSO MIL TEM FEITO MAIS QUE MIL POLÍTICOS, MAS A CPLP ATÉ HOJE NÃO TEM SIDO UMA CADEIA DE UNIÃO, TÃO SOMENTE UM PRATO DE ESPARGUETE FEITO DE CORDÕES UMBILICAIS, LIGANDO UMBIGOS ENTRE SI E NÃO AMARRAS AO VENTRE DAS SUAS MÃES-PÁTRIAS. NÃO DEVEMOS JULGAR AS COISAS QUE ELAS JULGAM-SE POR SI.
João Santos Fernandes
Só quando virem que a CPLP representa uma "força", é que a UE e a Comissão Europeia verão com outros olhos cada um dos países membros da CPLP. Ivo da Rocha
Plenamente de acordo
Saudações
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