O ex-Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva mobilizou hoje os sindicatos contra o «golpe de Estado» institucional que segundo a esquerda no poder visa a sua herdeira e chefe de Estado, Dilma Rousseff, ameaçada de destituição pelo parlamento.
Ao recuperar o seu passado de líder sindical, o "ícone" da esquerda brasileira convocou para São Paulo um encontro nacional com sindicalistas, a base decisiva do eleitorado do Partido dos Trabalhadores (PT, no poder), "em defesa da democracia".
Em plena recessão económica, o Brasil, gigante emergente da América Latina, atravessa uma crise política histórica, agravada pelo mega escândalo de corrupção Petrobras.
A Petrobras é, há mais de dois anos, o ponto central de uma investigação policial que descobriu a maior rede de corrupção do Brasil, operada por agentes do mercado financeiro, ex-funcionários públicos, construtoras e políticos.
A petrolífera estatal, a mais importante empresa do país, gere a maior parte da produção do petróleo brasileiro, além de ser responsável pela geração de milhares de empregos.
Desde que foi reeleita em 2014, a Presidente brasileira, Dilma Rousseff, enfrenta uma forte oposição política e popular porque há membros do Partido dos Trabalhadores (PT) que estão a ser investigados e denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da operação Lava Jato.
A crise aumentou recentemente com a divulgação de denúncias contra Lula da Silva, padrinho político de Dilma Rousseff, que teria sido supostamente favorecido por empreiteiras ligadas aos esquemas de desvio de dinheiro da Petrobras.
A revelação colocou o país em grande agitação, já profundamente abalado por uma grave crise económica. O envolvimento de Lula no caso desencadeou também uma onda de protestos contra o governo, que mobilizou mais de 6 milhões de brasileiros no último dia 13.
A Lava Jato ganhou notoriedade em março de 2014, depois de as autoridades terem prendido 'doleiros' (operadores do mercado paralelo de câmbio) envolvidos em movimentações financeiras numa rede de postos de combustíveis em Curitiba.
Diário Digital com Lusa
1 comentário:
Ou as pessoas são muito hipócritas ou muito ingênuas. Nada do que se está revelando é algo que alguém com o mínimo conhecimento da realidade não soubesse já. A novidade não foram as revelações mas a capacidade jurídica de prová-las.
As pessoas não ficaram contra Dilma ou Lula por estes terem feito isto ou aquilo, mas por se terem deixado apanhar: é a chamada projeção psicológica. Juntamente com isto vem a pioria econômica e a denúncia do foro de São Paulo que com o tempo conseguiu ganhar terreno. Eu me confesso, para mim Lula caiu no meu imaginário depois que investiguei sobre o Foro de São Paulo.
Quem é que no íntimo não acredita que a grande maioria dos políticos é de um graus de corrupção maior do que os motivos de impeachment de Collor de Mello que passado muitos anos acabou por ser inocentado pelo poder jurídico?
Na teoria, se houvesse capacidade de prova quase todos os políticos poderiam ser cassados ou impedidos, etc. E os políticos sabem disso... por uma lado atacar os outros políticos usando denúncias é uma tentação fácil, mas tem o perigo de acabar por fazer descobrir as próprias. Deste modo caímos numa guerra de detetives e juízes incrível e tão complexa que o cidadão normal fica completamente confuso.
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