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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

terça-feira, 26 de março de 2024

Macau - A comunidade portuguesa não está a diminuir

 A investigadora Inês Branco analisou a evolução da comunidade portuguesa, desde 2013 até 2022, e concluiu não haver uma diminuição nem uma desintegração, após a pandemia...


A saída dos residentes portugueses do território, durante a pandemia de COVID-19, causou a sensação de que a comunidade estava a diminuir, mas os números mantêm-se estáveis, diz a investigadora portuguesa, Inês Branco. É a principal conclusão do artigo “Conflito intergrupal e desintegração: a comunidade migrante portuguesa em Macau após a pandemia de COVID-19”, apresentado durante as Conferências da Primavera 2024, organizadas pelo Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa, entre os dias 7 e 20 de Março.

Publicado na revista Biblos, da Universidade de Coimbra, este trabalho surge na sequência da tese de doutoramento da investigadora, de 2015, em que analisou os usos dos média por imigrantes, durante o processo de integração, focando na comunidade imigrante portuguesa em Macau e na comunidade imigrante nepalesa em Portugal. “Dez anos depois, ‘voltei’ a Macau para perceber o que tinha acontecido com a comunidade migrante portuguesa após a pandemia de COVID-2019”, contextualiza, depois de uma extensa cobertura nos média do território sobre “aquilo que era percebido como uma significativa partida dos portugueses”.

No fim, de acordo com a análise de dados estatísticos, revisão de literatura e entrevistas em profundidade de oito elementos da comunidade portuguesa, as principais conclusões foram: “Os resultados revelaram que as medidas rigorosas implementadas pelo Governo de Macau para alcançar zero casos de COVID-19, aliadas às repercussões do ‘umbrella movement’ em Hong Kong, causaram um conflito intergrupal e a saída de imigrantes portugueses, no entanto, não há evidências que sugiram que a comunidade esteja a diminuir ou em desintegração.”

O que dizem as entrevistas

Para este trabalho, a investigadora entrevistou oito pessoas, entre 2021 e 2022, dos 30 aos 50 anos, incluindo quem tenha permanecido no território e quem tenha abandonado, colocando-lhes três perguntas. “Será que a comunidade portuguesa está a experienciar um declínio da população?”, quis saber Inês Branco. As respostas dos inquiridos revelaram terem partido por medo de perda de liberdade de expressão. Ainda assim, os números não confirmam um declínio. “Não há evidência estatística de que a comunidade esteja a diminuir”, segundo os números do Observatório da Emigração e os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos de Macau. “A população tem-se mantido estável e 0,3 por cento corresponde ao peso da comunidade portuguesa [na população do território]”, refere, esclarecendo que considerou, para este efeito, apenas “residentes de Macau, nascidos em Portugal e que tenham de facto emigrado”.

“Estará a comunidade a tornar-se menos integrada na região ou a mostrar sinais de desintegração?”, perguntou Inês Branco. De acordo com a investigadora, mantém-se integrada, ainda que com diferenças em relação ao que acontecia há uma década. “Alguns dos entrevistados diziam sentir-se, há dez anos, pessoas de Macau e, neste momento, alguns dizem sentir-se imigrantes portugueses”, exemplifica. “Ainda assim, há provas de que a comunidade continua a ter um papel importante na preservação da identidade de Macau”, diz, referindo: “O Governo Central chinês continua a atribuir um papel significativo, que está diretamente ligado ao papel da comunidade portuguesa enquanto guardiões dessa identidade. Têm sido feitos esforços, por parte do Governo de Macau, para continuar a valorizar a língua portuguesa, como suporte do papel do território, enquanto plataforma sino-lusófona.”

Por último, a terceira questão incidiu sobre o papel da língua portuguesa no território, mas a investigadora também não considera que esteja em declínio. “O português é falado por muito pouca gente no território, a sua importância não é determinada pelo número de falantes em Macau, mas sobretudo pela posição do território enquanto centro de ensino e pesquisa de uma daquelas línguas oficiais, neste caso, a língua portuguesa”, esclarece.

Porque permaneceram no território?

Além de “questões relacionadas com liberdade, percebidas como estando em erosão em Macau”, aqueles que decidiram permanecer no território, apresentam também outras razões. Por um lado, invocam motivações de carácter pessoal, identificando-se como cidadãos de Macau, para além de motivos profissionais, relacionados com a vitalidade da economia do território.

Com os dados estatísticos deste artigo a referirem-se a 2022, é caso para perguntar se poderá haver mudanças quando saírem dados mais recentes. “Da minha percepção, é que também há gente a chegar a Macau, o que acontece é que as dificuldades na atribuição de vistos [e de BIR] pode ser um problema para quem queira lá ficar”, diz.

Ainda assim, realça a investigadora, “não há quaisquer provas de desintegração” e, na verdade, ao longo das centenas de anos que lá se encontra, “a comunidade tem consistentemente demonstrado uma capacidade de adaptação à adversidade”. Luciana Leitão in “Ponto Final”

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