Aconteceu
em Cabo Verde, ilha do Sal, Cidade de Santa Maria, nos dias 17 e 18 de Julho, a
décima segunda Cimeira da CPLP, desta vez movida pelo lema Pessoas
(mobilidade), Cultura e Oceanos, um lema congregador dos sinais dos tempos e de
um horizonte de futuro para a nossa comunidade. O MIL Cabo Verde jamais ficaria
indiferente, como já aconteceu em outros momentos culturais. Face a pertinência,
actualidade e necessidade de novas dinâmicas no seio da CPLP, o MIL, que
organizou já vários congressos de Cidadania Lusófona e em que a problemática da
mobilidade entre pessoas e outras liberdades para o espaço lusófono foram discutidas
e analisadas no último congresso em Lisboa, mantém-se atento aos horizontes
traçados.
O
MIL em Cabo Verde felicita o empreendimento realizado, um empreendimento que foi
sobejamente divulgado, falado e celebrado durante estes dias na comunicação social,
televisões, rádios, debates, comentários televisivos, redes sociais, etc. Na qualidade
de instância livre, aberta e promotora da lusofonia, o MIL continuará fazendo a
sua parte, não só a nível cultural, científica e formativa, mas também a nível
de uma cidadania lusófona activa, principalmente no momento em que Cabo Verde
assume a presidência da comunidade.
Dos vários discursos e
comentários pronunciados pelas instâncias de comunicação acima referidas, não
restam dúvidas que há, por parte dos lusófonos e não só, uma grande espectativa
em verem materializadas em ações concretas a problemática da mobilidade entre
cidadãos lusófonos, o que, na prática traduz a ideia de Martine Abdallah
Pretceille, de que não existem relações entre culturas em abstracto (aquilo que
muitas vezes alimentam discursos políticos), mas sim relações entre pessoas
pertencentes a culturas diferentes. Daí se depreende que, somente promovendo
relações entre pessoas no espaço da CPLP, estaremos a alimentar um desenvolvimento
económico, social, cívico e moral à altura dos sinais do futuro. Só assim
desenvolver-se-á uma aposta inalienável numa civilização da dignidade e fundada
em valores comuns, como sonhou Agostinho da Silva, o principal patrono da
lusofonia que antecipou a ideia da CPLP. Só uma comunidade relacional e fraterna
consegue partilhar a riqueza da diferença e instalar um bom clima de negócios,
de segurança marítima, de educação, de paz social e direitos humanos. Assim,
quanto mais próximos formos uns dos outros, através da música, dança, culinária,
literatura, filosofia, das artes de um modo geral, melhor estaremos em
condições de materializar um progresso moral, económico e social. Jamais
existirá uma família lusófona sólida se os lusófonos não se conhecerem uns aos
outros como presenças reais. E a partir de ações empreendidas até agora em prol
da CPLP, vê-se que é o momento para se empreender uma aposta irrecusável na
mobilidade de pessoas e bens na CPLP, ainda que deva prevalecer a consciência
da complexidade que acarreta o problema. Um problema que, por ser complexo, deve
dar passos seguros, o que é possível quando há vontades congregadas e metas
traçadas.
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