Não foi, uma vez mais, o
melhor ano para a Lusofonia. Escasseiam as boas notícias e sobram as más. Na
enviesada (mas não, infelizmente, falsa) visão de alguns, a Lusofonia por vezes
até parece um jornal do crime, pois que só se referem os países lusófonos pelas
piores razões: desrespeito pelos Direitos Humanos, atentados ao Estado de
Direito, corrupção, etc.
Ainda assim, houve alguns
sinais positivos, desde logo em Angola, com a eleição do seu novo Presidente,
João Lourenço, que parece querer ir para além da política de sempre: “é preciso
que algo mude para que tudo fique na mesma”. No Brasil prossegue e apodrece um
impasse que só poderá ter um princípio de resolução nas próximas Eleições
Presidenciais, agendadas para 2018. Nos restantes países, com a sempre relativa
excepção de Cabo Verde, nada de realmente novo no horizonte a assinalar.
Fatalmente (como poderia ser
de outra forma?), a CPLP: Comunidade dos Países de Língua Portuguesa parece
contagiada por essa modorra. Mesmo as entidades da sociedade civil não se têm
mexido muito, pelo menos tanto quanto deveriam. Não são estes, cabe
reconhecê-lo, os tempos mais propícios para defender o desígnio estratégico da
convergência entre os países e regiões do espaço lusófono, no plano cultural,
desde logo, mas também nos planos social, económico e político.
Se este não foi o melhor ano
para a Lusofonia, para o MIL: Movimento Internacional Lusófono foi decerto um
dos anos mais marcantes de sempre, tais as metas atingidas. A nossa Revista, a
NOVA ÁGUIA, lançada em 2008, chegou ao seu vigésimo número, uma proeza para uma
revista que, semestre após semestre, tem conseguido estabelecer pontes entre as
diversas culturas lusófonas. É verdade que, semestre após semestre, temos
sempre a ilusão de que chegaremos a um maior número de leitores. Mas a NOVA
ÁGUIA, pela sua natureza, nunca será uma revista de massas. O número de
leitores fiéis da revista tem-se, apesar de tudo, consolidado e é a garantia
maior do futuro da NOVA ÁGUIA.
2017 foi também o ano do V
Congresso da Cidadania Lusófona e o do II Festival TABULA RASA, ambos os
eventos organizados pelo MIL. Em ambos os eventos, o que mais importa salientar
foi o ambiente de fraternidade lusófona que se viveu, com representantes de
todos os países e regiões do espaço de língua portuguesa. Quem teve o
privilégio de participar nestes dois eventos, sabe bem que o horizonte da
Lusofonia não é, de todo, uma miragem. Por mais que haja ainda um longo caminho
a percorrer. Estamos, todos, bem conscientes disso. Por isso, continuaremos, no
próximo ano, a percorrer, a cumprir esse caminho.
2 comentários:
deveriam falar sobre as pessoas que, com a conjuntura difícil nos seus países ainda mais mérito têm para criar as suas famílias e para resolver os seus problemas,
e não constantemente sobre aqueles que transformam esses países numa fonte de más noticias,
portanto os habitantes é que teriam historias para contar se alguém lhes der a palavra, eles é que deveriam ser os heróis...
Em Portugal a Instrução Geral da Lingua Portuguesa não contempla para os jovens até ao 12º ano uma das peças fundamentais do patriotismo lusófono:
A GRAMÁTICA HISTÓRICA.
Vivemos durante séculos sem nenhuma e só no início do século XX (Prof. Ribeiro de Vasconcellos da Univ. Coimbra) editámos a primeira, ainda que com algumas lacunas a nível de sintaxe. Tive o privilégio de estudar pela Gramática Histórica de Eduardo Carlos Pereira (um grande expoente brasileiro da Filologia), obrigatória em todos os Seminários luso-brasileiros (a minha tinha servido para os estudos do meu pai) e nas Faculdades de Letras. Ainda hoje recordo algo que se inferia do seu estudo:
A PALAVRA (veículo da ideia) É O MAIS BELO E ÚTIL APANÁGIO DA HUMANIDADE. A VIDA DAS PALAVRAS E A VIDA DA LINGUAGEM É A MELHOR EXPRESSÂO DE PATRIOTISMO DOS POVOS.
HÁ OITO PATRIOTISMOS NO MUNDO: indo-europeu; semítico; khamitico; cafre ou bantu; uralo-altaico; malaio-polinésico; dravídico; indo-chinês.
Aquele que nos é mais próximo o indo-europeu, também com OITO RAMOS, asiático (índico e irânico) e europeu (itálico, helénico, céltico, germânico, eslavo e lético) respeita ao nosso patriotismo ITÁLICO que se subdivide em: português, espanhol, francês, provençal, italiano, romeno e rético.
PARA QUANDO UMA GRAMÁTICA HISTÓRICA DA CPLP? Um acordo ortográfico violando as regras de uma Gramática Histórica, nas suas duas grandes vertentes de Glotologia e Filologia, não passa de um «monstro antipatriótico» e talvez por isso ele se esteja a multiplicar como uma HIDRA DE LERNA.
Bem-Hajam na vossa reflexão.
Com as minhas saudações à excelência do MILhafre, um LÓTUS DE MIL PÉTALAS no pensamento da mística LUXITÂNIA
João Santos Fernandes
Enviar um comentário