Foi inaugurado na sexta-feira o Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português na Universidade de Macau (UMAC). Ligado ao Departamento de Português da instituição de ensino superior, o centro é dirigido por Maria José Grosso. O desenvolvimento da investigação na área do ensino do português, a concretização do Quadro de Referência do Português para Aprendentes Falantes de Língua Materna Chinesa, a oferta de cursos de formação em língua portuguesa para formadores de professores e a avaliação de manuais de português e recursos multimédia figura entre os principais objectivos e linhas orientadoras do organismo.
Presente na cerimónia de inauguração do Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português, o reitor da Universidade de Macau, Zhao Wei, salientou que “como a maior instituição de ensino de Língua Portuguesa na Ásia, o Departamento de Português da Universidade de Macau dispõe de um grupo docente caracterizado pela diversidade cultural, com professores vindos das mais conceituadas universidades de Portugal, Brasil e outros países. Zhao Wei assinalou ainda, citado por um comunicado enviado às redacções pela Universidade de Macau, que o Departamento de Português da instituição “conta também com profissionais bilingues altamente experientes, bem como com especialistas de renome na área do ensino e aprendizagem de segunda língua”.
Tais características, defende o reitor da UMAC, permitirão que o Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português aperfeiçoe “de forma inovadora o actual organismo de ensino de Língua Portuguesa, desenvolvendo investigação focada na área do ensino de Português e na cultura sino-portuguesa”.
Mas não é só,. Com o novo centro pretende-se, e tendo como base o perfil do aprendente de língua materna chinesa, “pôr em prática o já criado Quadro de Referência do Português para Aprendentes Falantes de Língua Materna Chinesa e concernente base de dados”, reiterou ainda Zhao Wei. Através do Centro, serão também facultados cursos de formação em Língua Portuguesa para formadores de professores e para quadros específicos de Macau e da China continental”. E serão ainda avaliados “manuais de Português e recursos multimédia de acordo com as necessidades e as características dos alunos de língua materna chinesa”.
A vertente editorial está também contemplada no projecto: “Publicar-se-á o Dicionário de Culturas Lusófonas no âmbito dos projectos do Departamento e fomentar-se-á a cooperação com editoras da China continental com o intuito de desenvolver o Projecto de Tradução de Clássicos Portugueses e Chineses, de maneira a haver uma formação mais efectiva de talentos bilingues, promovendo a comunicação cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, pode ler-se na mesma nota enviada às redacções pela UMAC.
Hong Gang Jin, directora da Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade de Macau, enfatizou que o centro “optimizará cursos de licenciatura, de mestrado e de doutoramento em Língua Portuguesa e suas Culturas” e “melhorará a organização de cursos, métodos pedagógicos, avaliações para os alunos de Estudos Portugueses alcançarem níveis avançados”. Prevista está também uma colaboração com a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), através do qual o centro “tentará implementar o mecanismo de ‘entrada directa’ por parte de alunos do ensino secundário da RAEM, com conhecimentos de Língua Portuguesa, na licenciatura em Estudos Portugueses da Universidade de Macau”.
A directora da Faculdade de Letras esclareceu que o organismo vai ainda assegurar a “publicação de manuais didácticos de Português com boa qualidade, e promoverá ainda ferramentas digitais e programas de aprendizagem on-line. Além disso, encorajará e subsidiará mais aprendentes de Português nos seus estudos no estrangeiro, acelerando a aprendizagem de língua e cultura”. Por fim, a “Faculdade de Letras tentará ainda lançar um programa ‘4+1’, com a cooperação das universidades em Portugal ou no Brasil”.
A inauguração do Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português contou com a presença do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Alexis Tam considerou “que as instituições de Macau possuem mais condições para o ensino de Português do que a China continental”. O responsável da tutela disse ainda esperar “que os professores da Universidade de Macau organizem os trabalhos do centro de maneira a formar quadros bilingues ainda mais qualificados em Macau ou na China continental”.
O centro está localizado nas salas 1002 – 1006, no Edifício E34 do novo campus da Universidade de Macau. Ao lado do mesmo funciona o Centro de História e Cultura Chinesas e o Instituto Confúcio. O Centro de Ensino e Formação Bilingue Chinês-Português integra ainda salas de exposições sobre as diferentes culturas lusófonas. A par com Maria José Grosso na direcção do novo organismo, está Zhang Jing, também docente do Departamento de Português, que assume a função de sub-directora.
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