Nenhuma asserção obtém a sua
verdade de quem a profere, mas há casos em que quem a profere reforça (ou não)
a verdade de uma asserção.
Tomemos como exemplo a
asserção: "o galego faz parte do espaço da Lusofonia". Que a asserção
seja verdadeira, basta olhar para a realidade com “olhos de ver”. Ou, neste
caso, basta escutá-la: quem já ouviu um galego falar na sua língua, não pode
senão aceitar essa evidência.
Proferida por um cidadão
português (ou por qualquer um outro cidadão lusófono não galego), essa
asserção, em si mesma verdadeira, pode ser vista com alguma suspeita. Escusado
será aqui explicar porquê.
Por tudo isso, o facto de essa
asserção ("o galego faz parte do espaço da Lusofonia"), em si mesma
verdadeira, reiteramo-lo, ter sido proferida por um cidadão galego não pode
deixar de ser sublinhado com toda a ênfase. Sobretudo porque se trata de um
cidadão galego com particulares responsabilidades: falamos do presidente da
Câmara de Santiago de Compostela, Martiño Noriega Sánchez.
Reproduzida pela Agência Lusa,
essa asserção foi proferida como justificação da proposta de adesão de Santiago
de Compostela à União de Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) – que
conta já com 22 cidades de Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, São Tomé,
Moçambique, Timor-Leste, Guiné-Bissau e China (Macau) –, proposta que, em
reunião da Assembleia Municipal de Santiago, realizada a 20 de Outubro, foi
aprovada por unanimidade.
Na ocasião, Martiño Noriega
Sánchez disse ainda mais: "Vemos as vantagens que sempre reivindicamos:
somos um país com duas línguas oficiais, uma língua própria que é o galego.
Entendemos que o galego partilha o mesmo tronco [comum] com o Português e
entendemos que temos de aproveitar isso"; "Há que aproveitar esse potencial
do galego. Achamos que é complementar ao outro idioma co-oficial, que é o
espanhol, e ao seu impacto na América Latina. Achamos que, como galegos, temos
uma posição estratégica e temos de reivindicar, de alguma maneira, a irmandade
com Portugal e o campo de acção que isso abre".
Face a esta posição,
inequívoca, de um alto responsável galego, só esperamos que as autoridades
portuguesas e as demais autoridades lusófonas não continuem a aduzir (falsos)
argumentos para obstar ao ingresso de instituições galegas nas diversas
plataformas de cooperação lusófona – a começar pela CPLP: Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa. Entretanto, saudamos, da forma mais efusiva, a população
de Santiago de Compostela por ter dado esse passo promissor.
MIL: Movimento Internacional Lusófono
www.movimentolusofono.org
15 comentários:
Caríssimos,
Concordo plenamente com o teor da saudação. Sublinharia e reforçaria a expressão "instituições galegas".
Saudações lusófonas,
LL
Concordo inteiramente e sugiro que a façam chegar urgentemente à reunião da CPLP, designadamente ao nosso Presidente da República, que se vai realizar em Brasília salvo erro a partir de amanhã.
Cordiais saudações Lusófonas,
Jorge da Paz Rodrigues
Está muito bem fundamentado.
Concordo.
Saudações a todos...
LT
De total acordo.
Boa tarde,
Totalmente de acordo.
Abraço
Maria de Deus
totalmente de acordo. Muitos parabéns desde a Galiza, para nosso MIL
Concordo; nada de mais oportuno, aliás, quando decorre em Brasília a cimeira da CPLP
Concordo inteiramente com o conteúdo da Proposta.
Bom dia,
Plenamente de acordo. De realçar o timing e a abordagem.
Saudações,
Orlando Piedade
O ASSUNTO EM PAULO É AGREGADOR, PORTANTO, CONCORDO COM APLAUSOS.
QUANTO MAIS ABRANGENTES FORMOS MELHOR PARA A GRANDE CAUSA LUSÓFONA.
Estou de acordo
A coisa até se torna mais estranha quando há um país que integra a CPLP que nada tem a ver com ela e neste caso, é verdade que é uma região do país vizinho com cada vez mais vozes a favor retorno às regiões que constituem o Reino, mas que, esta sim, tem uma relação umbilical com este espaço do qual se separou sem se saber bem como nem porque. veja-se que o reconhecimento da conaturalidade Galiza-Portugal é tão natural que nas outras regiões fronteiriças, nem agora nem nunca se sentiu este sentimento de pertença. Só, de facto, nestes irmãos desavindos.
A política dos interesses no auge da globalização, estranhamente cria mais afastamentos que integrações o que é sintomático que o futuro pode vir a ser diferente.
abs
Artur Manso
Fico feliz e concordo plenamente com a saudação.
Mariene Hildebrando
Vice-Presidente do Mil-Brasil.
Concordo em pleno com a merecida saudação
Abraço lusófono
Luisa Timóteo
Muito bem!
Abraço MIL
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