Um ataque atribuído pela polícia moçambicana aos homens armados da Renamo, principal partido de oposição, feriu no domingo quatro pessoas, duas das quais com gravidade, que viajavam numa coluna de viaturas escoltada pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Segundo a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Manica, centro do país, Elsidia Filipe, citada hoje pelo jornal O País, homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) dispararam contra uma coluna de viaturas que fazia o trajeto Vanduzi-Macossa e que seguia para a província de Tete, centro do país.
Num comunicado sobre a situação político-militar da semana passada, o Comando-Geral da PRM refere hoje que as FDS capturaram um "bandido armado da Renamo", no distrito de Majune, província do Niassa, norte do país, durante uma tentativa de ataque de homens do principal partido de oposição na zona.
Segundo o Comando-Geral da PRM, a tentativa de ataque em Majune foi uma das quatro incursões do braço armado da Renamo repelidas na semana passada e que ocorreram também nas províncias de Sofala e Zambézia, centro do país.
As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques nas últimas semanas, em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da mineira brasileira Vale.
Na segunda-feira, os mediadores internacionais nas negociações de paz em Moçambique apresentaram uma proposta às delegações do Governo moçambicano e da Renamo para a cessação imediata das hostilidades militares, anunciou o porta-voz do grupo de mediação.
Falando durante uma conferência de imprensa em Maputo, no fim de mais um encontro da comissão mista, Mario Raffaelli disse que a proposta foi entregue na sexta-feira e que as partes continuam a analisar o documento, escusando-se a comentar o seu conteúdo.
"É uma proposta que toma em consideração o que foi discutido com as duas partes nos encontros que tivemos em separado" referiu o antigo mediador chefe do Acordo Geral de Paz, firmado pelo Governo e pela Renamo em Roma em 1992, acrescentando que existem "pontos sensíveis" e que precisam de mais discussão.
Diário Digital com Lusa
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