*É um Lusófono com L grande? Então adira ao MIL: vamos criar a Comunidade Lusófona!*

MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
SEDE: Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa)
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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Desde 2008"a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".

Colecção Nova Águia: https://www.zefiro.pt/category/zefiro-nova-aguia

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

segunda-feira, 28 de março de 2016

No "Público": Carta Aberta ao Ministério da Educação do Brasil


Excelentíssimos Senhores,

No seu Discurso do Método, o filósofo francês René Descartes defendeu, de forma irónica, que “o bom senso é o que há de melhor repartido entre os humanos”, mas nós, cidadãos lusófonos, sabemos bem que assim não é: somos mesmo uma das maiores contra-provas vivas dessa tese. E por isso nos entretemos a procurar reinventar a roda todas as semanas e a discutir questões absolutamente absurdas mês após mês, sem atender, ano após ano, ao que mais nos deveria importar. Um exemplo eloquente dessa nossa vocação: segundo o entretanto noticiado em Portugal, «o Ministério da Educação do Brasil (MEC) eliminou a obrigatoriedade do estudo da literatura portuguesa na nova Base Nacional Curricular Comum (BNCC) que está até março em discussão e deve ser posta em prática em junho. A decisão é considerada por grupos de educadores brasileiros como "política" e "populista", faz parte de uma série de propostas, que inclui mudanças nos currículos de Língua Portuguesa e de História e está a ser alvo de intenso debate no país» (cf. Diário de Notícias, 20.02.2016).
Que uma proposta (tão absurda) como essa esteja sequer em discussão, isso, por si só, já deveria merecer o nosso protesto. Mas, atendendo à nossa referida vocação, já nada nos surpreende. Amiúde, em Portugal, como nos restantes países lusófonos, também surgem propostas absurdas – na área do ensino e noutras áreas. Mas, ainda que tarde, o bom senso acaba (quase) sempre por prevalecer. Aguardaremos pois serenamente que a proposta tenha o destino que merece. E, se nos permitem uma contra-proposta, sugerimos a seguinte – em vez de se eliminar a obrigatoriedade do estudo da literatura portuguesa na nova Base Nacional Curricular Comum (BNCC), estipular a obrigatoriedade do estudos das diversas literaturas lusófonas, a exemplo da proposta que já fizemos chegar ao Ministério da Educação e Ciência do Governo de Portugal: introduzir, complementarmente à disciplina de “Cultura e Línguas Clássicas”, uma disciplina de “Cultura Lusófona”, também no ensino básico. Como então defendemos, no passado ano, igualmente em Carta Aberta:
«Nesta disciplina deveriam ter lugar as diversas culturas de todos os países e regiões de língua portuguesa, numa visão de convergência, acentuando aquilo que nos une sobre aquilo que nos separa, mas sem qualquer pretensão uniformizadora. A cultura lusófona será tanto mais rica quanto mais assumir a sua dimensão plural e polifónica, ou, para usar um termo que tem tudo a ver com a nossa história comum, “mestiça”. Desde já nos manifestamos disponíveis para colaborar com o Ministério da Educação e Ciência do Governo de Portugal na definição dos conteúdos programáticos dessa nova disciplina. Essa necessidade de dar a conhecer as diversas culturas de todos os países e regiões de língua portuguesa deveria, de resto, atravessar os diferentes graus de ensino – necessidade tanto mais imperiosa porquanto os nossos “mass media” continuam, por regra, a ignorar ostensivamente o restante mundo lusófono, ou apenas a lembrá-lo pelas piores razões. Se só se pode amar verdadeiramente o que se conhece, é pois tempo de dar realmente a conhecer as diversas culturas de todos os países e regiões de língua portuguesa. Para, enfim, podermos amar a valorizar devidamente a nossa comum cultura lusófona.»

Igualmente publicada no jornal "O Diabo" (01.03.2016)

14 comentários:

Jorge da Paz Rodrigues disse...

Lamentável a todos títulos este projeto do governo brasileiro, demonstrativo da sua hostilidade contra Portugal, principalmente desde que é presidido por Dilma, uma inculta "presidenta".
Inteiramente de acordo com o texto proposto.
Cordiais saudações Lusófonas.
Jorge da Paz Rodrigues

Unknown disse...

Concordo com o conteúdo da carta.

Nuno Sotto Mayor Ferrao disse...

É realmente repudiável esse insensato projeto do governo brasileiro à luz de uma estratégia que vá ao encontro da tradição social lusófona.
Concordo inteiramente com a proposta de uma disciplina de Cultura Lusófona no ensino básico português, tanto mais que muitos alunos em Portugal nasceram no espaço lusófono e para que exista um profícuo diálogo intercultural é muito importante esse conhecimento mútuo.
Saudações cordiais e de fraternidade lusófona.
Nuno Sotto Mayor Ferrão

cvr disse...

Lamento profundamente a proposta do Ministro brasileiro, tendo esperança que não passe e seja repudiada pelos seus colegas do Governo.
Apoio e aplaudo a ideia da criação da disciplina de Cultura Lusófona.
Que o bom-senso saia vitorioso.
Saudações MIL
Carlos Vieira Reis
C/C

Ramos disse...

. . . . " em vez de se eliminar a obrigatoriedade do estudo da literatura portuguesa na nova Base Nacional Curricular Comum (BNCC), estipular a obrigatoriedade do estudos das diversas literaturas lusófonas, a exemplo da proposta que já fizemos chegar ao Ministério da Educação e Ciência do Governo de Portugal: introduzir, complementarmente à disciplina de “Cultura e Línguas Clássicas”, uma disciplina de “Cultura Lusófona”, também no ensino básico. . . .

OCTÁVIO DOS SANTOS disse...

Subscrevo integralmente esta «carta aberta» (com excepção de «março» e «junho» no primeiro parágrafo... deveriam estar com maiúsculas).

A referida proposta, apenas a mais recente de uma série de demonstrações de desprezo por parte de uma certa (sem) «classe dirigente» brasileira em relação a Portugal, confirma, como se tal ainda fosse necessário, a falácia monumental por trás da imposição do - ilegal, inútil, ridículo - «Acordo Ortográfico de 1990».

Aliás, e porque no Movimento Internacional Lusófono se preconiza, precisamente, uma «visão de convergência, acentuando aquilo que nos une sobre aquilo que nos separa, mas sem qualquer pretensão uniformizadora» porque «a cultura lusófona será tanto mais rica quanto mais assumir a sua dimensão plural e polifónica, ou, para usar um termo que tem tudo a ver com a nossa história comum, “mestiça”», é que o AO90, pelo autêntico fascismo cultural que lhe está subjacente, constitui algo absolutamente inaceitável.

Jesus Carlos disse...

O país onde todo o mundo quer ser índio e onde os índios quase foram exterminados... Enfim.
Aprovo inteiramente a carta.
Jesus Carlos

Flávio Gonçalves disse...

Subscrevo.

Unknown disse...

Subscrevo a carta aberta, em particular a proposta de implementação de uma disciplina de "Cultura Lusófona". Perante a paulatina degradação dos currículos escolares, não apenas no Brasil mas também em Portugal, semelhante medida revela-se necessária e urgente.

João Paulo Barros disse...

“E por isso nos entretemos a procurar reinventar a roda todas as semanas e a discutir questões absolutamente absurdas mês após mês, sem atender, ano após ano, ao que mais nos deveria importar.” – É verdade.

Eu realmente lamento, realmente fico triste com a forma como a educação escolar é tratada aqui no Brasil. Estou de pleno acordo com a carta aberta.

Maria Afonso Sancho disse...

Se o disparate proposto no Brasil servir para por em prática a brilhante ideia, proposta nesta carta aberta, sempre teve uma boa utilidade.
Que seca termos de aturar estas tontices graves de políticos mediocres! A porem-se em bicos de pés, para dar nas vistas. Que seca estas atitudes inúteis só para mostrar serviço!
Parabéns ao nosso presidente Renato Epifânio, por mais esta inteligente e útil atitude. Continuamos com uma excelente presidência!

Korsang di Melaka disse...

Caro Renato

O que mais me agrada da carta aberta ao Senhor Ministro é a oferta de ouvir o MIL.

Como dever de cidadania o Senhor Ministro já devia ter respondido que SIM e ter já agendado a data para saber mais sobre cultura Lusofona

Um fraterno abraço

João Ribeiro disse...

Boa sugestão.

virgilio disse...

Mas acabar com a obrigatoriedade do ensino da língua e literatura portuguesas vai contra a própria identidade brasileira, que fala e escreve esta língua. Há aqui um paradoxo. E uma falta de «bom senso». No que DESCARTES não tinha razão. Por outro lado, é o Brasil que quer unilateralmente impôr o seu Acordo Ortográfico. Nada disto favorece a Lusofonia. Para terminar: concordo inteiramente com o teor da carta aberta.

VIRGÍLIO CARVALHO (Dr.).