O debate sobre o uso e porte de armas de fogo entre deputados no Parlamento da Guiné-Bissau dividiu hoje os parlamentares durante a sessão plenária.
O assunto foi levantado por Inácio Correia, presidente em exercício no Parlamento guineense, segundo o qual devia haver uma determinação no sentido de revistar os deputados antes de entrarem no hemiciclo.
Inácio Correia, que substituiu Cipriano Cassamá, que se encontra em tratamento médico no estrangeiro, defendeu a medida, alegando ser necessário "evitar males que possam surgir" decorrente de altercações entre deputados.
O responsável sublinhou que a lei prevê que o deputado tem o direito ao uso e porte de arma registada, para sua defesa pessoal, pelo que, notou, existem sinais de que alguns têm estado armados.
"Para evitarmos males que possam vir a acontecer aqui no Parlamento, por isso seria sensato revistar todos os deputados antes de entrarem para o hemiciclo", com detetores de metais, propôs Inácio Correia,
Nos últimos dias, o Parlamento da Guiné-Bissau tem estado ao rubro com trocas de acusações entre os deputados, nalguns casos havendo mesmo agressões verbais e ameaças de agressão física.
O deputado Bernardo Mané (vulgo Braima Cubano), do Partido da Renovação Social (PRS, oposição), disse que não admite ser revistado antes de entrar para o hemiciclo.
"Tivermos a sorte de entrar em dois Parlamentos mais seguros do mundo: Estrasburgo e Bruxelas, nunca fomos revistados. Se um dia for revistado aqui dentro do Parlamento deixo de ser deputado e vou-me embora", anunciou Bernardo Mané.
O parlamentar admite, contudo, a possibilidade de uma brigada de revista ser montada mas no portão do Parlamento, logo à entrada do edifício.
Ainda de acordo com Bernardo Mané, há pessoas que vão ao Parlamento acompanhadas de guarda-costas armados "que parecem querer meter medo aos deputados", disse.
"Isso também tem que acabar", defendeu Mané.
Na segunda-feira, o Parlamento guineense começa a debater o Programa do Governo, numa altura em que são visíveis os sinais de animosidade entre os deputados, com uns a defenderem o chumbo do documento e outros a garantirem a sua aprovação.
Diário Digital com Lusa
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