1. Notícia saída no jornal “Diário
Económico”, para aqueles que persistem em dizer que o “Chalie Hebdo” atacava
tudo e todos, de forma isenta e “libertária”: «A sátira do Charlie Hebdo sempre
foi implacável com o Cristianismo e o Islão, mas teve de recuar perante a
indignação judaica. Em 2008, a direcção do jornal demitiu Maurice Sinet, ou
‘Siné', autor de um ‘cartoon' considerado anti-semita. Siné, hoje com 86 anos,
classificou de "oportunista" o filho do então presidente Sarkozy por
se converter ao judaísmo antes de casar com uma rica herdeira judia. "Vai
longe na vida, este rapazola", lia-se no ‘cartoon'. Pró-palestiano e de
esquerda, Siné rejeitou qualquer pedido de desculpa, aliás, disse mesmo que
preferia cortar os próprios testículos. O director do jornal, Philippe Val,
acabou por despedir o cartonista, uma decisão apoiada pelo próprio Governo e
pelo Congresso Judaico da Europa. O ‘caso Siné' fez ainda correr muita tinta e
críticas a Val, por em nome da liberdade de expressão ter republicado os
‘cartoons' dinamarqueses sobre o profeta Maomé mas ter traçado uma linha
vermelha no humor sobre judeus. Siné recorreu aos tribunais e, em 2010, o
Charlie Hebdo foi condenado e obrigado a pagar uma indemnização de 90 mil euros.».
2. Notícia saída no jornal
“Globo”, em honra daquele que deveria ter sido eleito como o símbolo maior do
morticínio de Paris, o polícia muçulmano Ahmed Merabet: «Com diversas pessoas
fazendo homenagens às vítimas do ataque à redacção do jornal satírico “Charlie
Hebdo”, em França, por meio da frase “Je suis Charlie” (eu sou Charlie, em
tradução livre), usuários no Twitter
também prestaram solidariedade ao polícia Ahmed Merabet, morto em frente ao
prédio da publicação. Além da hashtag
“#JesusCharlie”, que se tornou um dos assuntos mais discutidos do mundo e
reproduz a frase adoptada a respeito do ataque, começou a ser postada
compartilhada a frase “JesuisAhmed”, em referência ao oficial, um dos 12 mortos
do massacre. Ahmed Merabet foi executado com um tiro à queima-roupa na calçada
na fachada do prédio, após ser atingido por outro disparo e levantar as mãos,
sinalizando que estava rendido. Um vídeo registou o momento em que o oficial
foi morto. O tópico começou a ser bastante compartilhado quando, de acordo com
o jornal “Hufffington Post”, o activista político árabe Dyab Abou Jahjah fez um
post no seu perfil no Twitter,
criticando o jornal francês. “Não sou Charlie. Sou Ahmed, o polícia morto.
Charlie [Hebdo] ridicularizou a minha fé e cultura (…).».
3. Ainda sobre Ahmed, no jornal
“Público”: «Ahmed Merabet tinha 40 anos, faria 41 a 8 de Fevereiro, vivia com a
sua companheira na mesma rua dos irmãos e a sua grande preocupação era cuidar
da mãe, nascida na Argélia e viúva há 20 anos. “Era um homem que gostava de
ajudar os outros, calmo, discreto”, disse a irmã Nabia. Era “um trabalhador”,
descreveu o irmão Malek, lembrando que Ahmed passou por um McDonald’s e pela
empresa nacional de caminhos-de-ferro antes de conseguir entrar na polícia.»
Post-scriptum: 29 de Janeiro,
no Palácio da Independência, em Lisboa – jantar temático sobre “A Importância
da Lusofonia”.
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