O primeiro-ministro
timorense, Xanana Gusmão, pediu hoje aos portugueses a trabalhar em
Timor-Leste para continuarem a acreditar no país e salientou que toda a
colaboração é bem-vinda.
"Só peço aos portugueses
que continuem a confiar. Estamos num processo de 12 anos de construção
do Estado, ainda existem muitos problemas, mas penso que no essencial já
demos sinal que estamos a criar um Estado viável e um Estado com futuro
que vai garantir ao povo as suas aspirações, exigências", afirmou
Xanana Gusmão.
O primeiro-ministro
timorense falava na apresentação pública da Associação de Amizade
Timor-Leste/Portugal, que contou também com a participação do secretário
de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Luís
Campos Ferreira.
"Toda a vossa
colaborações é bem-vinda", disse, recordando os portugueses que chegaram
ao país entre 1999 e 2001, "ainda cinzas" e que "deram tudo" e depois
"regressaram a chorar e se pudessem decidir tinha ficado aqui".
Aos que se encontram atualmente no país, Xanana Gusmão pediu para também darem tudo "sem exigir muito".
Na cerimónia, o
secretário de Estado português ofereceu a Xanana Gusmão uma camisola da
seleção portuguesa assinada por Cristiano Ronaldo, após o jogo na Suécia
que Portugal venceu por 3-2, conseguindo a qualificação para o Mundial
de futebol, a realizar no Brasil no próximo ano.
"No ano passado em Same
celebrámos a grande revolta do Manufahi contra os portugueses. Em 2015
vamos celebrar os 500 anos da chegada dos portugueses", disse Xanana
Gusmão, explicando que as pessoas perguntam por que se celebra a revolta
e a chegada.
Para o primeiro-ministro timorense, a resposta é simples: "A presença portuguesa tornou-nos um país independente e soberano".
"Não vou expor as razões
do porquê, mas foi por causa desse caminho que hoje criamos a Associação
de Amizade Timor-Leste/Portugal", disse.
A associação, presidida
pelo antigo primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri é transversal e
representa a vontade do povo timorense de reforçar as relações com o
povo português.
Além de Mari Alkatiri e
Xanana Gusmão, são membros fundadores da associação vários elementos da
comunidade portuguesa e timorense em Díli, bem como representantes de
empresas dos dois países.
Sapo Timor-Leste
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