A Guiné Equatorial entra formalmente na Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) na próxima cimeira, a realizar em 2014 em Díli,
disse hoje em Luanda o Presidente daquele país.
Teodoro Obiang, que falava à imprensa no final da visita de trabalho
de cerca de seis horas a Luanda, citou expressamente o Presidente
angolano, José Eduardo dos Santos.
"O meu irmão Presidente (José Eduardo) dos Santos foi claro: a Guiné
Equatorial vai entrar na próxima reunião", disse Teodoro Obiang.
O presidente da Guiné Equatorial acrescentou que pretende visitar
todos os países membros da CPLP para que o seu país se torne membro da
organização lusófona.
"Falámos sobre a nossa entrada na CPLP, porque nós solicitámos a
nossa adesão, mas na última reunião (realizada em Maputo) não foi
possível", acrescentou.
A adesão como membro de pleno direito à CPLP, onde detém o estatuto
de "observador associado", tem sido repetidamente chumbada, e tal
deve-se à necessidade de "convergir com os objetivos e princípios
orientadores" da CPLP, segundo a "Declaração de Maputo", aprovada na
cimeira de chefes de Estado e de Governo, realizada em 2012 em
Moçambique.
Segundo organizações da sociedade civil dos países membros da
organização, em causa está o registo negativo da Guiné Equatorial no
domínio dos Direitos Humanos.
Nesta deslocação a Angola, Teodoro Obiang manteve um encontro com o
seu homólogo angolano, que lhe ofereceu um almoço na Cidade Alta, sede
da Presidência angolana.
Antes de regressar ao seu país, nas declarações que fez à imprensa no
Aeroporto 4 de Fevereiro, Teodoro Obiang disse que nesse encontro
abordou com José Eduardo dos Santos as relações bilaterais, que
classificou como "excelentes".
"Este encontro serviu para abordar temas bilaterais, temas atuais não
só de África, mas também internacionais. Abordámos igualmente temas
específicos como a reunião da Comissão do Golfo da Guiné, que desta vez
se realiza na Guiné Equatorial. Vamos prepará-la para que se realize o
mais breve possível, que se encontra atrasada quase dois, três anos.
A deslocação de Teodoro Obiang a Luanda ocorre quatro dias antes da realização de eleições legislativas.
Organizações não-governamentais como a Amnistia Internacional, a
Human Rights Watch e a Equatorial Guinea Justice têm vindo a alertar
para um previsível agravamento das violações dos direitos humanos e da
falta de liberdade durante a campanha eleitoral para as legislativas de
26 de maio.
No escrutínio do próximo dia 26, os eleitores da Guiné Equatorial vão
eleger os membros do parlamento e das autarquias. É também a primeira
vez que vão ter a possibilidade de escolher 55 membros do novo Senado,
criado depois das alterações à Constituição do país promulgadas em
fevereiro de 2012.
O regime de Obiang é acusado de ser repressivo e de não respeita os direitos humanos por várias organizações internacionais.
@SAPO Timor-Leste
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