Associações dos países lusófonos criam plataforma em congresso em Lisboa |
Quase meia centena de associações da sociedade civil dos países lusófonos reúnem-se esta semana em Lisboa para criar uma Plataforma de Associações Lusófonas, promover o conceito de 'cidadania lusófona' e conhecer o 'Hino da Lusofonia'.
"Um dos grandes objectivos é promover uma plataforma de associações da sociedade civil à escala da lusofonia", disse à Lusa Renato Epifânio, presidente do Movimento Internacional Lusófono (MIL), que coordena o I Congresso da Cidadania Lusófona, a decorrer entre terça e quarta-feira na Sociedade de Geografia de Lisboa. Para já com uma existência informal, a Plataforma de Associações Lusófonas (PALUS) reúne já dezenas de associações dos vários países e regiões de língua portuguesa. Durante o congresso, essas associações deverão começar a reunir-se em plataformas sectoriais, consoante as áreas de interesse de cada uma, "no sentido de dar passos para criar plataforma", disse Renato Epifânio, explicando que o objectivo é estender à lusofonia o conceito da Plataforma Activa da Sociedade Civil, que já existe em Portugal. Outro objectivo do congresso é "defender e difundir o conceito da 'cidadania lusófona'", acrescentou o responsável. "Estamos num momento em que a sociedade civil se tem de afirmar cada vez mais em todos os planos", explicou, adiantando ser importante, "no plano geoestratégico, mas não só, esta afirmação da dimensão lusófona". Para Renato Epifânio, "Portugal terá tanto mais a ganhar quanto mais afirmar essa dimensão". "Do ponto de vista geoestratégico, consideramos que um dos maiores erros - senão o maior - que Portugal cometeu nas últimas décadas foi ter negligenciado, ou até desprezado, a relação com os países e regiões do espaço da lusofonia, o que nos levou a uma posição subalterna no plano global e da União Europeia", disse. O presidente do MIL afirmou que, no actual mundo globalizado, os países têm de se agregar em plataformas e "as plataformas mais sólidas no plano histórico são as que agregam países com afinidades histórico-culturais". Reconhecendo que na história das relações entre os países lusófonos "houve páginas traumáticas", tanto antes como depois do 25 de Abril, Renato Epifânio sublinhou que entre os povos "há grandes laços de afectividade". "É um indício de que esta comunidade lusófona existe, tem é de se afirmar no plano político, o que infelizmente ainda n acontece", disse, reconhecendo que esse é também um objectivo do congresso: "exigir aos governos que dêem passos nesse sentido", aproveitando a presença de governantes como os chefes da diplomacia portuguesa, Paulo Portas, e de São Tomé e Príncipe, Natália Umbelina. O responsável anunciou ainda que no final do primeiro dia do congresso haverá um espectáculo com artistas de todo o espaço da lusofonia, durante o qual será apresentado o "hino da lusofonia", intitulado "Pátria Lusófona, Pátria Mestiça, Pátria do Mar", da sua autoria e com música do ex-reitor da Universidade de Évora Manuel Ferreira Patrício. Durante o congresso será entregue o Prémio Personalidade Lusófona ao ex-secretário executivo da CPLP, o guineense Domingos SimõesPereira. |
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