Como
é cada vez mais reconhecido, Portugal está hoje num completo impasse. Os
partidos do arco governamental vincularam o nosso país a um conjunto de
obrigações que, como se comprova pelo Orçamento de Estado para 2013, levará o
povo português à ruína. Os partidos da oposição, por outro lado, não apresentam
real alternativa – se deixasse de, unilateralmente, cumprir o “Memorando de
Entendimento com a Troika”, Portugal entraria, de imediato, em colapso
financeiro. E as propaladas “renegociações” têm sido promessas sem qualquer
fundamento – as instâncias que nos têm emprestado dinheiro já garantiram, por
mais do que uma vez, que os termos do Memorando de Entendimento jamais poderão
ser alterados de forma substancial. Chega, pois, de ilusões. No presente quadro
político, não será nenhum partido da oposição nem um “Governo de iniciativa
presidencial”, que certas vozes agora reclamam, que nos levará a bom porto.
Decerto,
seria imperioso julgar, nos nossos tribunais, todos os políticos que, Governo
após Governo, nos levaram a esta situação: de perca da independência política e
da sustentabilidade económico-financeira. Mas, mais imperioso do que isso, é
olhar para o futuro, procurando reais alternativas.
Na
esteira das múltiplas posições que tem tomado, o MIL propõe que se inicie um
grande debate nacional, extensivo a toda a sociedade civil, que deverá ter como
corolário um Referendo à nossa Adesão ao Euro. Ao longo desse debate, devem ser
equacionados os rumos possíveis do nosso futuro comum – pela parte do MIL,
defendemos que deve ser equacionado com os restantes países lusófonos a
constituição de um Fundo de Emergência que permita a desvinculação, em parte ou
por inteiro, com as obrigações assumidas no “Memorando de Entendimento com a
Troika”. Isto no âmbito de um acordo mais vasto – no plano económico e político
– de convergência estratégica com os restantes países da CPLP.
Por
si só, Portugal não conseguirá superar esta crise. Com o apoio que nos tem sido
dado até agora pela dita “Troika”, também, como está cada vez mais à vista, não
será possível. Resta pois equacionar o apoio que poderemos ter dos restantes
países lusófonos – a única real alternativa que nos resta, face ao descalabro
da ilusão europeísta, cujo canto do cisne é a requentada promessa do
federalismo europeu. Uma vez mais dizemos: chega de ilusões.
Perante
essa alternativa, o povo português deve pois ser chamado a pronunciar-se em
Referendo. Recordamos que, não obstante todas as promessas nesse sentido, a
nossa Adesão ao Euro nunca foi referendada – como, de resto, nenhum outro passo
da nossa integração europeia. Isto apesar de, ano após ano, muitos terem
alertado para os seus riscos políticos e económicos (hoje, infelizmente, à
vista de todos). Cada vez mais, economistas credíveis questionam a nossa
permanência no Euro – essa hipótese não constitui pois um tabu; pode e deve ser
discutida.
Num
momento em que há um absoluto divórcio entre o povo português e a nossa classe
política, é tempo de ser o próprio povo português a escolher, em Referendo,
qual deve ser o nosso futuro.
MIL:
Movimento Internacional Lusófono
P.S.: Deixe o seu comentário. A formulação final da Petição, quando for colocada on-line, terá em conta as apreciações feitas a esta Proposta...
Sem comentários:
Enviar um comentário