«Os países classificados nos primeiros cinco lugares do desempenho de governação global – Ilhas Maurícias (82 pontos), Cabo Verde (79), Botswana (76), Seicheles (73) e África do Sul (71) – têm, até agora, registado um elevado desempenho em todas as quatro categorias analisadas», pode ler-se no relatório da Fundação Ibrahim.
Este índice, criado em 2007 pela Fundação Mo Ibrahim, uma organização instituída pelo empresário britânico de origem sudanesa Mohamed Ibrahim que apoia a boa governação e a excelência na liderança em África, faz a medição da distribuição de bens e serviços públicos através de 86 indicadores. Em Outubro passado, a Fundação Mo Ibrahim atribuiu o seu Prémio de Liderança Africana ao antigo Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, por ter tornado o seu país num «modelo de democracia, de estabilidade e de prosperidade».
Com uma dotação de cinco milhões de dólares concedidos em 10 anos adicionados a 200 mil dólares vitalícios por ano, o Prémio Mo Ibrahim para a Liderança Africana é atribuído a um antigo Presidente africano, democraticamente eleito, que cumpriu o seu mandato no respeito dos limites fixados pela constituição do seu país e deixou o poder nos três últimos anos, tendo demonstrado excelência durante o seu exercício.
O arquipélago foi ainda o melhor classificado país africano de língua oficial portuguesa, ocupando o quarto lugar, no Índice Mo Ibrahim 2010, em que São Tomé e Príncipe está em 11º, Moçambique em 20º, Guiné-Bissau em 41º e Angola em 43º.
No índice de 53 países, divulgado segunda-feira, Cabo Verde desceu, porém, dois lugares em relação a 2009, ficando agora atrás das Maurícias, país que mantém o primeiro lugar, Seicheles e Botswana, com a África do Sul a fechar os cinco primeiros.
Os últimos países da lista são a Eritreia, Zimbabué, República Democrática do Congo, Chade e Somália.
A tabela avalia quatro critérios de governação – Desenvolvimento Humano, Participação e Direitos Humanos, Segurança e Estado de Direito, Oportunidades de Sustentabilidade Económica.
Ahmed Salim, antigo secretário-geral da extinta Organização da Unidade Africana (actualmente União Africana) e um dos administradores da fundação, informou que, à semelhança do ocorrido no ano passado, a Fundação decidiu este ano não atribuir o prémio anual a um estadista africano que se tenha particularmente distinguido pela sua boa governação.
O prémio, de cinco milhões de dólares, foi atribuído na edição inaugural, em 2008, a Joaquim Chissano, ex-presidente de Moçambique, e, no ano seguinte, a Festus Mogae, ex-chefe de Estado do Botsuana.
Fundador da empresa de telecomunicações africana Celtel International, Mo Ibrahim, nascido no Sudão em 1946, é considerado um modelo de cidadão africano bem sucedido, que privilegiou uma gestão ética do negócio.
Mo Ibrahim vendeu a empresa em 2005 – sete anos depois de a ter criado – a um operador do Kuwait por 3,4 mil milhões de dólares, fortuna que financia a Fundação e o prémio.
Fonte: Notícias Lusófonas
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