Este assunto foi o mais abordado no passado dia 28 de Setembro, numa conferência subordinado ao tema “A Relação Portugal/União Europeia – EUA num Mundo em Mudança”, organizada pelo Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal, o evento contou, entre outros, com o apoio da Emb. dos EUA, do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Fundação Luso-Americana, entre os vários conferencistas encontravam-se os generais Ramalho Eanes e Loureiro dos Santos, Allan Katz – embaixador dos EUA em Lisboa, e o nosso conterrâneo Medeiros Ferreira, todos eles realçaram a importância desta dita Cimeira uma vez que, acreditava-se então, seria aqui, em Lisboa, que a OTAN acabaria, dando azo à criação de uma nova organização internacional que fosse mais funcional ou, na melhor das hipóteses, se redefiniria adaptando-se aos novos tempos: com uma Europa de Leste e Moscovo como membros da aliança multinacional em vez de o inimigo contra o qual a dita aliança foi constituída…
Aparentemente, não se passou nada! Há uma vaga noção de que o aliado americano retire as suas tropas do Afeganistão até 2014… bom, e aparentemente foi só isso, lendo os cabeçalhos dos vários jornais nacionais e internacionais não foi decidida grande coisa, pelo menos que tenha vindo a público, e a Cimeira que se julgava como crucial, talvez a mais importante da história da OTAN uma vez que obrigava a uma alteração de paradigma e estratégia geopolítica, fica para a história como mais uma… se calhar a mais entediante e menos decisiva de todas…
Mas atenção que esta aparente estagnação não é fruto unicamente dos líderes mundiais que se reuniram sem percalços em Lisboa… permitam-me repeti-lo: sem percalços!
Isso mesmo, Portugal, graças à cobardia congénita dos seus activistas ditos anti-sistema (tanto à esquerda como à direita), fica para a História como o organizador da única conferência da NATO sem violência nem desacatos públicos.
Quem julgue ter sido fruto da excelente organização do evento por parte do nosso governo (que nem conseguiu que os prometidos blindados que custaram 5 milhões de euros chegassem a tempo para o evento, mas pronto, ficam para a próxima) e do exemplar desempenho das nossas forças de segurança das duas uma: ou não é português, ou vive em negação.
Por uma vez a nossa carneirice, irrelevância internacional e incapacidade de protesto, seja para o que for mesmo quando nos pontapeiam os 'tins', fez-nos parecer bem na conjuntura.
Incentivo, 1º título da imprensa faialense
22 de Novembro, 2010.
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