Atualmente, a CPLP integra oito países de expressão oficial portuguesa, a saber: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Integram também a Comunidade mas como "membro associado" a polémica autocracia da Guiné Equatorial, o Senegal e as Ilhas Maurícias.
É impossível não deixar de sentir uma certa estranheza perante este interesse em aderirem à CPLP por parte de países onde a língua portuguesa não é um elemento constituinte das suas culturas. Tal interesse não pode deixar de ser positivo e resulta em grande medida do prestígio e estatuto moral que a Comunidade tem no mundo e da crescente importância económica e política do Brasil (maior país da Lusofonia), da importância também ela crescente de Angola enquanto potencia regional e produtor mundial de petróleo e, por fim, do estatuto de Portugal como país do euro e da União Europeia. Estes três factores "utilitaristas" estão a atrair estes países, assim como a existência de fenómenos migratórios muito intensos (como será o caso da Ucrânia e do Luxemburgo), mas estes factores seriam rapidamente anulados se o prestígio moral e ético da CPLP fosse colocado em causa. Pela adesão de uma ditadura como a no poder na Guiné Equatorial, por exemplo... Com efeito, quem acredita e defende a expansão dos poderes e das competências da Comunidade não pode defender simultaneamente e em boa consciência a adesão plena (a Guiné Equatorial já é "membro observador") de um regime que oprime o seu próprio povo, censura os meios de comunicação e prende opositores. Tolerar em tal adesão é deitar sementes para o ocaso da CPLP e que defende a Comunidade Lusófona e encontra na CPLP um seu prototipo não poderá assim nunca concordar com tal adesão, por muito fortes que possam ser (e são) os argumentos de ordem económica e política.
1 comentário:
Lendo tudo isto, começo a desconfiar que "nuestros hermanos" com "sus hermanos" de avental estão a fazer um papel excelente.
Ou vocês pensam bem demais de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau numa ingenuidade fora da realidade, ou vocês pensam mal demais da Guiné Equatorial numa ingenuidade fora da realidade também.
Se estou enganado me demonstrem, posso ser eu o ingênuo, quem sabe!
Enviar um comentário