De acordo com Georges Chicoti, secretário de Estado das Relações Exteriores de Angola, o balanço dos quatro dias de contactos “é positivo”, na medida em que a delegação da CPLP, por ele liderada, conseguiu reunir-se com diversas entidades guineenses e da comunidade internacional e encontrar um apoio crescente ao acolhimento de uma missão de estabilização.
“O balanço é muito positivo. Queremos agradecer às autoridades da Guiné-Bissau, ao Presidente da República que nos recebeu. Conseguimos conversar e esclarecer a todos os níveis do Governo e também recebemos as posições do Governo”, disse Georges Chicoti, que deixou Bissau nas primeiras horas de hoje de regresso à Luanda, via Lisboa.
O chefe da missão da CPLP disse ter ficado com a sensação de que existe um “bom ambiente” no país sobretudo no que diz respeito à aceitação de ajudas externas para devolver a estabilidade à Guiné-Bissau.
“Existe um ambiente muito fraterno de trabalho, existem possibilidades de fazermos o trabalho ir para a frente. Há uma boa vontade nossa e do Governo da Guiné-Bissau, das diversas entidades da Guiné-Bissau para que possamos trabalhar em conjunto e resolver os problemas que se prendem com a estabilidade, com a reforma do sector de Defesa e Segurança, com o desenvolvimento económico e social”, defendeu Georges Chicoti.
Sobre a possibilidade da vinda de uma missão de estabilização, o responsável angolano, emissário da CPLP disse que o assunto parece começar a reunir consenso entre os responsáveis guineenses.
“Abordámos esse assunto com as autoridades. O Presidente da República acaba de nos informar que o PAIGC, que é o partido maioritário, aprovou essa possibilidade e vamos continuar a auscultar os partidos políticos. Porque nos só podemos ajudar se a Guiné-Bissau nos convidar de maneira apropriada”, esclareceu o secretário de Estado das Relações Exteriores de Angola.
Georges Chicoti, afirmou, contudo, que uma eventual missão internacional na Guiné-Bissau terá que ter bases claras sobre o que vem fazer e que não será tratada de forma hostil por ninguém.
“Queremos que seja um esforço no qual a Guiné-Bissau tem que participar, tem que nos convidar, tem que respeitar o que exige a ordem internacional. Se tivermos que mandar aqui pessoas para virem trabalhar, têm que trabalhar num ambiente de segurança, de respeito”, afirmou Georges Chicoti.
O responsável angolano frisou ter recebido a garantia das chefias militares, através do Ministério da Defesa guineense, de que não haverá hostilidade para a missão.
“Esse aspecto está adquirido. Tivemos garantias das chefias militares guineenses, no Ministério da Defesa. Penso que esse é o ambiente que podemos esperar e assim podermos produzir resultados”, disse Georges Chicoti.
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