Essa ideia já deu lugar à CPLP, inspirada por Agostinho da Silva, logo nos anos 50, mas esta, tal o seu modelo, não nos levará longe."
Renato Epifânio, A Via Lusófona
As ideias "visionárias" apenas o são porque são novas e diferentes... a própria ideia de Portugal pode ter parecido visionária e irrealista aos olhos de quem na época, no Império das Espanhas ou na Hispânia muçulmana assistia às irrealistas ambições independentistas de um pequeno conde do noroeste peninsular. Apesar desse "irrealismo", Portugal fez-se e é hoje o mais antigo Estado europeu e o único Estado-Nação europeu de médias dimensões.
É verdade que a ambição de transformar esta entidade ainda demasiado formal e virtual que é hoje a CPLP no embrião de uma verdadeira "União Lusófona" ainda parece irrealista, no curto prazo, mas as ambições são isso mesmo: objetivos e destinos estratégicos de médio e longo prazo que só nessas escalas fazem sentido. E a História de Portugal já demonstrou de forma absolutamente cabal que os portugueses não são como a maioria dos povos do norte da Europa: quando são colocados sem horizontes estratégicos balizados apenas por fronteiras estreitas ou objetivos curtos e sem visão de largo plano, aborrecem-se e desmotivam-se coletivamente. Este "aborrecimento coletivo" explica no essencial o constante declínio de Portugal desde o Império (conceito bacoco e desnecessariamente prolongando além de toda a razoabilidade).
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