"A Guiné-Bissau é um país falhado. A Guiné não é um Estado se nós falarmos de um Estado, de um país. A Guiné não reúne as condições necessárias para ser considerado um país", vincou.
Os acontecimentos do passado dia 1, em que um grupo de militares levou a cabo uma intervenção que manteve o primeiro-ministro detido por algumas horas e que mantém desde então o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas sob custódia, explicam a mágoa que Fernando Ká sente.
"Por isso é que anda assim. Estamos numa fase de construção do país. A Guiné-Bissau tem que viver no concerto das nações e não pode andar permanentemente a viver essa situação de instabilidade, dando uma imagem bastante negativa", defendeu.
A AGUINENSO realiza neste domingo, em Lisboa, uma manifestação em prol da paz e em que vai ser pedida uma "intervenção urgente" das Nações Unidas na Guiné-Bissau, através do envio de capacetes azuis.
"A Guiné-Bissau depende fundamentalmente do exterior. Não tem capacidade para resolver por si só os problemas", alertou Fernando Ká.
No comunicado em que anuncia a manifestação de domingo, a AGUINENSO justifica a "intervenção urgente" das Nações Unidas para "garantir a reforma necessária das Forças Armadas e da Segurança, conferindo-lhes o equilíbrio étnico e a preparação militar adequada à necessidade do país".
"O adiamento 'sine die' dessa reforma, além de ser o foco de permanente instabilidade no país, poderá desencadear, mais cedo ou mais tarde, um conflito armado de consequências imprevisíveis", conclui o documento.
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