Perante o marasmo, um grupo de 20 cidadãos, na sua maioria ligados à cultura, apresentou ontem um projecto que quer romper com o passado, propondo a criação de ateliers para acolher vários artistas, à semelhança do que acontece no Palácio dos Coruchéus, em Lisboa. Há duas soluções, mediante o valor do orçamento que venha a ser apurado. Poderão ser os próprios artistas a suportar o custo das obras, ou pagariam uma renda à entidade que assuma o restauro do monumento do século XVIII.
A ideia, que começou a "fervilhar" após a criação, a 21 de Fevereiro, de um movimento pelo cabo Espichel no Facebook - a página chama-se "Requalificação do cabo Espichel - Programa de Solidariedade Cultural" -, foi avançada por Carlos Sargedas, um fotógrafo de Sesimbra, durante a apresentação das comemorações dos 600 anos do cabo Espichel, que a autarquia e a própria Confraria querem usar para alertar o País para o estado de degradação do santuário. A câmara investiu perto de 300 mil euros nos últimos dois anos para alguns melhoramentos no edificado, como a reabilitação das fachadas das hospedarias, pavimentação do terreiro e electrificação. "Isto tem sido o possível, mas queremos muito mais, em nome da promoção e da segurança", diz Carlos Sargedas, não perdendo de vista o facto de o último orçamento destinado à reconstrução total ter ascendido aos três milhões de euros. "Sem saberem valores, as pessoas terão um bocado de receio, mas temos cerca de 20 interessados", avança. A ideia não visa a criação de lojas, mas a reconversão numa zona de lazer sem desvirtuar o património, diz.
"Depois até pode ser que algum restaurante queira agarrar naquilo, porque tem um potencial turístico incrível", sublinha. Isto numa altura em que o município está aberto a todo o tipo de propostas, depois de em 2009 ter candidatado um projecto de dois milhões ao QREN e que foi chumbado.
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1544142&seccao=Sul
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