O primeiro ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, revelou hoje que cerca de 800 milhões de francos CFA (1,2 milhões de euros) são desviados anualmente do Tesouro Público através de falsos pagamentos aos pensionistas e reformados do Estado.
Carlos Gomes Júnior avançou estes valores no âmbito da entrega formal de dinheiro recuperado pelos inspectores do ministério da Função Pública que têm vindo a supervisionar o processo de pagamento presencial dos salários aos funcionários do Estado desde há uns meses.
“É uma situação extremamente grave, porque só num mês foram recuperados cerca de 65 milhões de Francos CFA (99 mil euros) e se formos contabilizar isso durante um ano vamos ver que são desviados cerca de 780 milhões de CFA Tesouro Público”, disse o chefe do Governo guineense.
O ministro da Função Pública, Fernando Gomes entregou hoje, na presença de jornalistas, ao ministro das Finanças, Mário Vaz, 65 milhões de francos CFA, dinheiro recuperado após o pagamento de salários e pensões de reforma aos funcionários de alguns ministérios.
“Isto é só o dinheiro recuperado no Ministério do Interior e algumas repartições, para o próximo mês vamos alargar essa operação ao Ministérios dos Combatentes da Liberdade da Pátria e outras instituições”, afirmou o ministro da Função Pública.
O trabalho que tem sido levado a cabo pela equipa liderada por Fernando Gomes, no âmbito da operação de limpeza de nomes falsos nas folhas de pagamento de salários e pensões de reforma, mereceu um elogio do primeiro-ministro.
“Felicitamos os Ministérios da Função Pública e das Finanças pelo trabalho que estão a desenvolver e temos que continuar essa luta contra a corrupção, uma luta para lavar a imagem do Estado”, defendeu Carlos Gomes Júnior.
“Se continuarmos nessa senda, significa que podemos, a breve trecho, fazer aumentos dos salários aos funcionários públicos”, disse o chefe do Governo, reiterando o seu encorajamento aos inspectores da Função Pública e do Ministério das Finanças.
“Queremos encorajar os inspectores a serem mais rigorosos. Dizer que as forças de segurança estarão à vossa disposição para vos proteger fisicamente. Temos informações de que têm recebido ameaças de morte, portanto num Estado direito não podemos permitir isso”, observou Carlos Gomes Júnior.
No âmbito da operação ‘fantasma fora da Função Pública’, limpeza nas folhas de pagamento dos nomes de pessoas que não trabalham para o Estado mas que recebem salários e pensões de reforma, vários responsáveis, sobretudo do Ministério das Finanças, foram detidos.
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