Nota sobre o décimo primeiro fragmento:
Caros amantes do ideal e do material, amantes caros da terra e da cultura. A verdade é que vivemos num tempo ricamente tecnológico, e não há razão para que o seguinte fragmento desta longa carta, cuja arte quase sempre consiste em dizer coisas várias, várias vezes, em diversos formatos, tendo em conta que o conteúdo depende das suas curvas geométricas, por assim dizer, para se manifestar. E uns vivem dentro do círculo (e da esfera) e entendem dentro do círculo (e da esfera), outros dentro do quadrado (e do cubo), e entendem dentro do quadrado (e do cubo), não ser (voltar para trás “não há razão para que o seguinte fragmento desta longa carta”) transmitido com os meios à disposição.
67 - A única forma de auto-conhecimento é observar este vídeo durante horas a fio, o qual me ditou toda a carta até então, e delineou os contornos do meu destino ao longo da via. Apercebi-me com ele que, até onde a minha memória alcança, todas as referências na minha vida me ensinavam o que a imagem aqui revela. Este serei eu e todos os homens que percepcione, resta saber o que está para além de mim, este é apenas o meu e o seu reflexo na água.
68 - Platão mostrava a impossibilidade de uma ciência exacta no mundo espácio-temporal, vendo a matéria como intermédio informe (se assim posso dizer) e ventre nutritivo entre a ideia e a ideia, o visível (mundo físico) não contendo realidade própria excepto uma realidade mais ou menos incalculável de mudança, o que não significa que seja uma realidade que não receba a ordem ou sem sentido inerente. Por isto se governa o mundo sensível e o mundo dos sentidos. O Demiurgo (que devido à matéria pré-existente não é omnipotente) cria a Alma do Mundo que contém aspectos do imutável e do mutável (é uma alma, como a do homem, com corpo, o único mundos existente). O mundo(s) não existe por si mesmo mas o principio da sua existência existe por si mesmo.
"Nós apenas sonhámos que todos os seres existiam sob a forma de espaço" Timeu
69 - Tendo tudo isto em mente, pensemos em Leibniz (entre o renascentista e o iluminista), que fazendo como aconselhámos, decidiu-se a professar uma linguagem universal baseada num sistema binário, e que o é hoje (e a oficial) por meio da informática.
67b - A única forma de auto-conhecimento é observar este vídeo durante horas a fio, o qual me ditou toda a carta até então. Apercebi-me com ele que, até onde a minha memória alcança, todas as referências na minha vida me ensinavam o que a imagem aqui revela (suponho que este fósforo criou o Holocausto por um lado e por outro o luteranismo).
68b - Resta confundir em parte os planos, e, trazendo os conceitos(!) de liberdade e necessidade que Platão imaginou, tecer esta estranha afirmação: “Na altura em que o trabalhador não é um bem necessário, o trabalho é ditador e é supremo”.
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André Consciência
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