Suprimir-se-á a fé
em nome da Luz.
Depois suprimir-se-á a luz.
Suprimir-se-á a alma
em nome da Razão.
Depois suprimir-se-á a razão.
Suprimir-se-á a caridade
em nome da Justiça.
Depois suprimir-se-á a justiça.
Suprimir-se-á o amor
em nome da Fraternidade.
Depois suprimir-se-á a fraternidade.
Suprimir-se-á o espírito da verdade
em nome do Espírito Crítico.
Depois suprimir-se-á o espírito crítico.
Suprimir-se-á o Sentido da palavra
em nome do sentido das Palavras.
Depois suprimir-se-á o sentido das palavras.
Suprimir-se-á o sublime
em nome da Arte.
Depois suprimir-se-á a arte.
Suprimir-se-ão os escritos
em nome dos Comentários.
Depois suprimir-se-ão os comentários.
Suprimir-se-á o santo
em nome do Génio.
Depois suprimir-se-á o génio.
Suprimir-se-á o profeta
em nome do Poeta.
depois suprimir-se-á o poeta.
Suprimir-se-ão os homens de fogo
em nome dos Esclarecidos.
Depois suprimir-se-ão os esclarecidos.
Suprimir-se-á o espírito
em nome da Matéria.
Depois suprimir-se-á a matéria.
Em nome do nada suprimir-se-á o homem;
suprimir-se-á o Nome do Homem.
Deixará de ter nome.
Eis-nos chegados.
Armand Robin, Les poèmes indesirables (1945)
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