O MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO confia que a Universidade de Brasília sob o reitorado de vossa excelência saberá estar integrada e aberta à comunidade e pronta a transmitir o património intelectual de quem a pensou e a formou, assim como para evocar as vozes da tradição lusófona arraigada no povo afro-brasileiro.
Nessa medida, o MIL propõe duas iniciativas ao Magnífico Reitor José Geraldo de Sousa Filho, que já demonstrou o seu empenho em defender os objetivos da lusofonia, nomeadamente na sua participação do Ciclo de Debate “A Convergência da Língua Portuguesa”, na 28ª Feira do Livro de Brasília.
A primeira iniciativa, com o intuito de que, de facto, seja preservada a memória lusófona na Capital Federal, é a de reunir os adequados meios académicos para selecionar e reagrupar, em espaço único e especificamente destinado à história e à cultura portuguesas, as obras que ainda existem das bibliotecas do Centro de Estudos Clássicos (CEC) e do Centro Brasileiro de Estudos Portugueses (CBEP), cujos fundadores foram Eudoro de Sousa e Agostinho da Silva. Esses professores luso-brasileiros ajudaram na formação da intelectualidade brasileira e apoiaram a implantação dessa Universidade e precisam de ser conhecidos pela comunidade académica, bem como pela comunidade em geral, sobretudo agora, quando Brasília completa 50 anos.
Como segunda iniciativa, o MIL, que lançou com êxito em Portugal a petição “Não destruam os Livros!” – que foi já entregue na Assembleia da República, dados os vários milhares de assinaturas que obteve –, propõe ao Magnífico Reitor que os Livros descartados pela Biblioteca da Universidade de Brasília sejam doados aos países africanos de língua portuguesa e a Timor-Leste, via Ministério das Relações Exteriores e Embaixadas desses países, e também de Portugal, sedeadas em Brasília, como iniciativa concertada no espírito da CPLP.
Por certo, o Reitor José Geraldo tomará as medidas necessárias para que os acervos do CBEP e do CEC sejam preservados e dados a conhecer à comunidade em geral. Que os livros descartados e fora de uso da Biblioteca da Universidade de Brasília permaneçam circulando pela comunidade luso-brasileira.
Vale a pena ressaltar que desde as primeiras aquisições bibliográficas, e não apenas, nos idos da década de 1960, nunca mais houve uma política de aquisição de livros e pesquisa ligada aos estudos portugueses e aos estudos clássicos, com a agravante de que as reformas feitas pelos governos militares destituíram os extintos CEC e CBEP.
A presença da Cátedra Agostinho da Silva e o momento histórico que se vive em Brasília e na UnB, implica – como Vossa Excelência muito bem salientou em sua intervenção no encerramento da Feira do Livro de Brasília – fazer com que os alunos conheçam o pensamento destes professores fundadores de universidades brasileiras, entre elas a UnB. A UnB tem todas as condições para dar acesso à pesquisa e aos livros que permitam o conhecimento da vida e obra de Agostinho da Silva e Eudoro de Sousa, entre outros que a UnB, em seu jubileu, entenda prestigiar.
Muito cordialmente
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