O projecto de escola piloto são-tomense em Libreville precisa de pelo menos 20 mil euros/ano para continuar a assegurar o sistema de ensino primário até à 6.ª classe no Gabão, anunciou hoje Gonçalo Monteiro, director executivo.
Uma missão desta organização está na capital do arquipélago para reforçar parcerias com as autoridades educativas e apresentar o relatório do ano transacto e resultados do primeiro trimestre de ano lectivo 2009/2010.
Gonçalo Monteiro disse que as crianças alvo deste projecto têm uma vantagem sobre as que estão em São Tomé e Príncipe. "Elas brincam e conversam em francês, mas precisam também de português, língua dos pais e estão a adaptar-se", afirmou.
O projecto, surgido em 2001, faz parte da política das autoridades educativas são-tomenses de expansão e valorização do português e tem como grupo alvo filhos dos emigrantes são-tomenses radicados naquele país francófono, expostos a vários tipos de fenómenos e influências sociais estrangeiros.
"Estamos preocupados com o índice de analfabetismo e o défice de aprendizagem dessas crianças ao hábito e costume relativamente à origem dos seus progenitores", acrescentou esse responsável educativo.
O projecto, a funcionar num colégio privado, iniciou-se com apenas 15 alunos, número que foi crescendo, atingindo actualmente um total de 555 alunos, dos quais 139 foram inscritos neste ano lectivo, em que se introduziu a 5.ª classe.
"A comunidade entendeu a mensagem e hoje temos crianças em São Tomé a prosseguir os estudos. Uns até estão bem avançados a estudar já na 9.ª classe", disse Gonçalo Monteiro.
A política de descentralização permitiu este ano a abertura de um segundo centro escolar na zona sul de Libreville, "com fluxo bastante considerável da comunidade são-tomense e crianças em idade escolar", disse, acrescentando que, em 2011, prevê-se a abertura de um terceiro centro de ensino na parte norte da capital gabonesa.
"Para que as crianças possam ter acesso à escola, estamos a tentar ir ao encontro delas apesar dos fracos recursos de que dispomos", sublinhou.
Para atingir o objectivo do desenvolvimento do milénio, Gonçalo Monteiro entende que é preciso o engajamento dos parceiros na mobilização de fundos necessários para a construção de um complexo escolar que possa albergar creche, ensino primário e secundário.
"Há uma propina, mas os pais nem sempre pagam. Cobramos cerca de 14 euros por criança, o que não chega para custear as despesas de funcionamento", acrescentou o director executivo, que enaltece "o apoio financeiro do estado são-tomense" que a escola são-tomense de Libreville começou a receber nos últimos dois anos.
"Os inspectores do Ministério da Educação e Cultura são-tomense têm vindo de forma regular a deslocar-se a Libreville, para apoiar a harmonização do sistema de avaliação", acrescentou.
Devido ao baixo salário praticado no projecto (cerca de 40 euros), cada professor lecciona apenas uma disciplina em vez de duas ou três.
"Pensamos melhorar substancialmente no próximo ano lectivo 2010/2011, com a introdução da sexta classe", conclui Gonçalo Monteiro.
Fonte: Oje
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