Os empresários da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) criaram hoje em Bissau uma confederação empresarial, instrumento que consideram “estratégico” para uma nova dinâmica no espaço lusófono.
A criação da confederação foi decidida por unanimidade na reunião da assembleia-geral extraordinária do Conselho Empresarial da CPLP, declarou aos jornalistas Jorge Rocha de Matos, presidente da AIP (Associação Industrial Portuguesa).
De acordo com Rocha de Matos, que presidiu à reunião que, na prática transformou o até aqui Conselho Empresarial da CPLP numa confederação, a intenção é levar os países lusófonos a formarem um novo bloco económico com o qual poderão participar na economia global.
“É o princípio de uma nova era a nível empresarial” no qual cada país deverá potenciar a sua integração na sua organização regional a favor dos restantes estados lusófonos, defendeu Rocha de Matos.
“Hoje, aqui em Bissau, estamos a constituir um importante instrumento de cooperação empresarial com o qual vamos deixar de competir uns com os outros" a passar a haver "complementaridade entre os nossos países e economias”, disse ainda o presidente da AIP.
Por seu turno, Francisco Murteira Nabo, na sua qualidade de presidente da ELO e representante de Portugal no extinto Conselho Empresarial da CPLP, defendeu que o que se pretende é ter a confederação em pleno funcionamento até meados de 2010, altura em que a presidência da CPLP passará de Portugal para Angola.
Eduardo Neto, presidente da Confederação da Indústria do Brasil, assinalou, por seu turno, que se assiste “a uma verdadeira revolução global na dinâmica económica” que será proporcionada pelos oito países da língua portuguesa.
Um fundo financeiro, cujo montante ainda está a ser estudado, será criado para dar cobertura às iniciativas no âmbito da confederação ora criada, mas para já foi entregue ao presidente da Câmara do Comércio, Indústria e Agricultura (CCIA) da Guiné-Bissau a presidência da instituição.
Os actuais corpos sociais do conselho empresarial transitam automaticamente para as estruturas da confederação empresarial da CPLP.
De acordo com, Francisco Mantero, secretário-geral do extinto Conselho Empresarial, as transacções económicas dos oito países da CPLP à escala global representam cerca de 60 mil milhões de dólares, mas apenas dois por cento são feitas entre si.
Com a criação da Confederação, os oito estados lusófonos pretendem alterar radicalmente estes dados, o que, sublinhou, Mantero, passará pelo incremento de mais trocas comerciais entre os países da CPLP.
2 comentários:
"blocos económicos" na "economia global" é uma curiosa contradição nos termos... aliás, e não por acaso, a palavra "bloco" divulgou-se no contexto da Guerra Fria.
Assim, a questão que proponho é: e contra que "blocos" se erguerá este?
Não há apenas blocos atacantes. Também há blocos defensivos...
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