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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

sábado, 26 de novembro de 2022

Macau – Associação recém-criada quer ajudar a preservar memória macaense

 Porque “há cada vez mais interesse” em conhecer a cultura macaense, Elisabela Larrea decidiu, em conjunto com vários membros da comunidade, criar a Associação de Estudos da Cultura Macaense. Ao Jornal Tribuna de Macau, a investigadora e presidente da associação explicou que o grupo pretende ajudar a preservar a memória macaense e fazer chegar conhecimento sobre esta cultura a mais comunidades, incluindo a chinesa. São vários os projectos que já têm pensados, incluindo a criação de um arquivo, a realização de entrevistas a macaenses para documentar as suas histórias e experiências, bem como a realização de palestras e criação de conteúdos para as redes sociais. Elisabela Larrea espera que a recém-criada associação possa colaborar com outras associações, apoiando-as no âmbito da investigação...


Chama-se Associação de Estudos da Cultura Macaense (MACRA) e foi recentemente criada com a intenção de preservar a cultura macaense e dá-la a conhecer mais comunidades. “A cultura macaense é uma cultura de Macau e a Gastronomia Macaense e o Teatro em Patuá já fazem parte da Lista de Património Cultural Imaterial Nacional da China, por isso há cada vez mais interesse em conhecê-la. Para preservar uma cultura, as pessoas precisam de saber mais sobre ela”, disse a fundadora e presidente da associação, Elisabela Larrea, ao Jornal Tribuna de Macau.

Na perspectiva da investigadora macaense, as pessoas precisam de saber o que está por detrás da comida, do teatro, do patuá – “qual é a história? quem são as pessoas? o que faz com que aquela comida exista?”. A MACRA propõe-se, assim, a levar respostas e informações a todos os interessados, sejam associações ou comunidades.

Segundo explicou, a associação pretende dar apoio às já existentes associações de matriz macaense – como a Associação dos Macaenses, a Associação dos Jovens Macaenses ou a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses -, mas também chegar a outras. Essa meta será atingida através da colaboração dos membros da associação, que vêm de diferentes áreas, sendo principalmente de macaenses que fizeram investigação na área da cultura macaense, explicou Elisabela Larrea.

Outro dos motivos que levou à criação da associação foi a vontade de criar um arquivo sobre a cultura macaense. “Vamos ter artigos, estudos, vídeos de entrevistas com macaenses ou áudio. Quando fiz o meu primeiro mestrado em 2005 foi muito difícil encontrar informação. E gostaria de facilitar a vida a quem quer fazer estudos nesta área ou simplesmente a quem tem interesse em conhecer a cultura macaense. É importante haver um sítio onde se possa ir buscar informações”, notou.

Os projectos já pensados incluem também a criação de conteúdos. “Queremos fazer entrevistas com macaenses, porque sabemos que o número está a diminuir e gostaríamos de documentar todas as memórias, experiências e histórias”, prosseguiu Elisabela Larrea. As redes sociais serão também uma das apostas da MACRA – a ideia é partilhar informações simples sobre a cultura macaense em formato de vídeo e publicações para chegarem a mais pessoas.

Seminários e workshops estão também entre os planos traçados para o futuro. “Gostaríamos de fazê-lo não só em português, mas também em cantonês. Lembro-me de que há uns anos dei um seminário e todos os ouvintes eram chineses e estavam realmente muito interessados. Alguns disseram que tinham amigos macaenses, mas que não sabiam nada sobre a cultura deles. Gostaríamos de eliminar essa barreira. A cultura macaense é uma cultura de Macau e as pessoas que vivem em Macau e estão interessadas em Macau deviam saber mais sobre ela. Nós temos a responsabilidade de lhes falar sobre ela”, defendeu.

Mais informações em chinês

Chegar a diferentes comunidades é, assim, uma prioridade da MACRA. “Queremos promover a cultura macaense a toda a gente interessada. Ou seja, não apenas à comunidade portuguesa mas também às pessoas que falam inglês e chinês. A maioria dos estudos e materiais estão em português ou inglês, por isso gostaríamos de incluir mais informações em chinês. Incluir a língua chinesa não significa que excluímos a língua portuguesa”, ressalvou. Elisabela Larrea prosseguiu dizendo, por exemplo, que muitos descendentes de macaenses que estão noutros pontos do globo, como Canadá ou Austrália, gostariam de aprender mais sobre a cultura macaense, pelo que pretendem também chegar a essas comunidades.

A equipa que se junta agora para ajudar a preservar a cultura macaense conta com vários membros além de Elisabela Larrea. São eles Ubaldino Couto, Delfino Gabriel, André Ritchie, Carolina Nogueira, Mariana Pereira, Miguel Rosa Duque, Angelina Ramos e Carlos Silva. “Têm todos conhecimento sobre a cultura macaense e estão muito entusiasmados para trabalhar. Somos uma associação nova e respeitamos e apreciamos os esforços das outras associações macaenses já existentes. Gostaríamos de oferecer força humana para colaborarmos, juntarmos vozes e fazer com que o poder seja mais forte”, sublinhou. Neste sentido, Elisabela Larrea disse que a associação espera poder contribuir “humildemente” para um bem maior que é a preservação da cultura macaense.

De acordo com os estatutos da associação, publicados na quarta-feira em Boletim Oficial, além de promover a cultura macaense enquanto identidade multicultural, e impulsionar o registo em formato textual, visual, áudio ou outro, de temas relacionados com a comunidade, a MACRA propõe-se a prestar serviços de consultadoria e apoio a projectos relacionados com a salvaguarda e a estimulação do interesse pelo património cultural macaense.

Além disso, pretende tornar-se numa “incubadora que potencie a troca de pensamentos inovativos, e que desta forma, promova o desenvolvimento no âmbito da salvaguarda da cultura macaense”, e reforçar – através da realização de intercâmbios regionais e internacionais – a divulgação de Macau como cidade que manteve as suas características multiculturais ao longo de séculos.

A realização de actividades académicas e de investigação que visam apoiar as associações estende-se também ao governo, caso pretenda implementar estratégias de preservação cultural a curto, médio e a longo prazo, pode ler-se. Por fim, a MACRA pretende também “apoiar e activamente participar em actividades de caridade e de interesse do público” relacionados com a sua missão e com a comunidade macaense. Catarina Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

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