O Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL) alertou esta semana para a contínua diminuição do número de alunos e professores de português na Alemanha, apontando a região consular de Hamburgo, onde há uma maior presença da comunidade portuguesa
Em declarações à Lusa, Teresa Duarte Soares, secretária-geral do SPCL, referiu que, apesar de o estado federado de Hamburgo ser aquele com o maior número de portugueses em todo o país, cerca de 16 mil pessoas, o número de alunos e professores que frequentam os cursos de Língua e Cultura Portuguesas tem vindo a baixar. São agora sete os docentes, quando há dez anos eram o dobro, especificou.
“Os professores têm alunos de 4,5,6 classes diferentes dentro da aula, o que é uma péssima qualidade de ensino. Claro que os alunos ficam desmotivados, tal como os pais e os professores, porque isso não é trabalho que um profissional possa fazer”, lamentou a dirigente sindical.
Teresa Duarte Soares reuniu-se hoje, pela primeira vez, com o novo Cônsul de Portugal em Hamburgo, Vasco Seruya, a quem expôs estes problemas. A solução passa por um ensino “gratuito e de qualidade para todos os alunos”, defendeu.
“Este ensino é público, não se pode andar a cobrar dinheiro aos portugueses e a dar ensino gratuito aos estrangeiros. Também expliquei porque é que o português não é língua curricular (…) No caso da Alemanha, os lugares já estão ocupados pelo inglês, francês, e às vezes o espanhol. Ninguém vai tirar essas línguas para lá pôr o português”, constatou.
A secretária-geral do SPCL admite que o Governo alemão disponibiliza, em vários casos, salas de aulas e restantes condições físicas para que o português possa ser lecionado. Resta ao Estado português fazer a sua parte, acrescentou.
“Não se pode estar a contar com aquilo que os outros, neste caso as entidades alemãs, fazem (…) Não é apenas dizer que o português é a quinta ou sexta língua mais falada do mundo, isso não interessa nada se não se fizer nada. Isso passa também por investir economicamente para divulgar a nossa língua”, frisou.
A situação “é insustentável” e deve ser corrigida “o mais rápido possível”, alertou Teresa Duarte Soares. Nesta altura, as propinas são de 100 euros por ano, podendo o montante ser reduzido conforme a situação familiar. In “Bom dia Europa” – Luxemburgo com “Lusa”
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