Cidade Velha – O ministro da Cultura, Abraão Vicente, garantiu hoje que todos os patrimónios que estão neste momento a ser reabilitados recebem também obras de acessibilidade para permitir que todos tenham acesso, independentemente das suas condições de mobilidade.
Abraão Vicente fez esta declaração à margem do acto de inauguração do passadiço no Forte de São Filipe, Cidade Velha, uma iniciativa da Federação Cabo-verdiana de Associações de Pessoas com Deficiência (FECAD), em parceria com o Instituto do Património Cultural (IPC), no âmbito de um programa de acesso à cultura em Cabo Verde e desenvolvimento turístico e de representação das pessoas com deficiência, financiado pela União Europeia.
Todas as obras que receberam reabilitação neste momento recebem uma programação e as obras já incluem o acesso a todos. Os museus de Cabo Verde, alguns deles, estão a receber obras para promover o acesso. Tudo aquilo que são patrimónios e espaços culturais estão a ser neste momento adaptados”, disse.
Exemplificando, Abraão Vicente citou o Convento de São Francisco, que tem um difícil acesso para pessoas com dificuldade de mobilidade, e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário (todos na Cidade Velha) que, segundo disse, já foi criada com esses aspectos.
Em relação ao passadiço no Forte de São Filipe, o governante referiu que representa o “reforço da parceria da parceria entre Cabo Verde e a União Europeia, que financiou no valor de 2800 contos a criação das condições para que o Forte seja totalmente visitável e acessível”.
O também ministro das Indústrias Criativas afirmou ainda que esta obra dá mais acesso, não só às pessoas com dificuldades de locomoção, mas também aos próprios cidadãos sem nenhuma dificuldade, porque cria um outro campo de visita do próprio ao espaço.
Segundo o titular da pasta da Cultura, tal como se está a fazer na Biblioteca Nacional com o livro, procede-se também com os patrimónios, por forma a torná-los mais visitáveis em qualquer das ilhas.
“No caso do Forte, eu creio que é um instrumento que valoriza a próprio gestão do Forte (…) Nossa ideia, a partir de 2021, é dar uma outra dinâmica, mais forte. Realização aqui de eventos, criar mais conteúdos em que o Forte de São Filipe sirva como pretexto para promover Cabo Verde e promover também o Património da Humanidade que é Cidade Velha”, completou.
Por seu turno, a embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Sofia Moreira Sousa, destacou a importância e a simbologia deste projecto.
“Estamos aqui na Cidade Velha, Património da Humanidade e, realmente, para nós é muito importante aliar esforços com uma entidade como a FECAD, como o Instituto do Património Cultural de Cabo Verde, de trabalhar em conjunto de forma que seja um património de toda a humanidade. Ou seja, que as pessoas que tenham mobilidade reduzida possam também desfrutar, visitar, percorrer e aproveitar essa paisagem maravilhosa e este monumento que é pela importância histórica que detém”, realçou.
Já o presidente da FECAD, António Pedro Melo, falou em “um momento histórico”, uma vez que, segundo ele, “há poucos anos era impensável fazer um passadiço num monumento histórico”.
“Hoje tudo está-se a mudar e para melhor. Isso é muito bom. Eu acho que é um passo muito importante, nós vamos ter que continuar o nosso trabalho de sensibilização e junto das autoridades e das instituições como forma de conseguir uma maior sensibilidade, para que as pessoas com deficiência e daí sonhar mesmo com a inclusão”, finalizou. In “Inforpress” – Cabo Verde
Sem comentários:
Enviar um comentário