A
situação que se vive na província moçambicana de Cabo Delgado, no extremo norte
da República de Moçambique, rica em recursos naturais, exige de todos nós,
cidadãos lusófonos, a maior atenção, solidariedade e empenho.
Como
tem sido amplamente noticiado, há um conflito em curso, em parte fomentado por
forças externas, que ameaça arrastar-se no tempo, sem qualquer
possibilidade visível de pacificação a curto prazo.
A
pretexto de uma guerra com motivações pretensamente religiosas, as forças
insurgentes têm conseguido mobilizar alguns moçambicanos, sobretudo jovens, em
particular em áreas mais desfavorecidas – onde tem existido menos emprego,
menos desenvolvimento e menos investimento na Educação. Esse tem sido, assim,
um terreno fértil para a disseminação desta revolta.
Não
temos dúvidas de que essas forças insurgentes, se tivessem que realmente
governar a região, iriam perder todo o apoio que vão tendo, dado que o desemprego,
o subdesenvolvimento e o analfabetismo não se combatem com meros “slogans”,
para mais enganadores.
Temos
igualmente consciência de toda a importância da dimensão religiosa em
Moçambique – um bom exemplo, de resto, até à data, de uma sã convivência inter-religiosa,
nomeadamente entre a religião católica e islâmica –, e conhecemos bem o
fundamental papel das várias instituições religiosas, sem excepção, na
resolução dos problemas sociais mais prementes. Menosprezar toda essa
importância é ignorar, por inteiro, a realidade moçambicana (e africana, em
geral).
Por tudo isso, não podemos aceitar
que a província moçambicana de Cabo
Delgado se torne mais uma vítima do fundamentalismo (pretensamente) religioso.
Exortamos, pois, o Governo da República de Moçambique a solicitar o
empenhamento de toda a CPLP: Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, de
modo a, no imediato, pacificar o território, bem como – ponto não menos
importante – a promover, com esse apoio internacional, um maior desenvolvimento
da região, para benefício de toda a população aí residente.
MIL:
Movimento Internacional Lusófono
14 comentários:
Caríssimos companheiros do MIL.
Subscrevo inteiramente esta proposta de Declaração do MIL sobre a situação gravosa na província moçambicana de Cabo Delgado.
Verificam-se mais de 250 mil pessoas deslocadas internamente devido a esta guerra. Muitas aldeias e vilas encontram-se destruídas, quando esta situação se arrasta com ataques externos desde 2017. Um facto novo que deve alarmar a comunidade internacional é este contexto especifico de guerra e de pandemia que tem favorecido o tráfico de droga na região, proveniente do Paquistão e do Afeganistão, destinado aos países ocidentais.
Além da campanha de ajuda humanitária, da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, é importante o envolvimento da CPLP e o concurso de forças exógenas de segurança e de políticas de desenvolvimento, como se diz como muita pertinência na proposta de Declaração do MIL.
Cordial e fraternalmente,
Nuno Sotto Mayor Ferrão
MIL-ilitante
Se me permitem, recomendo apenas a atenção ao termo "igreja" que não é tão inclusivo como se pode considerar. Igrejas são um fenômeno exclusivo da cristandade, pelo que recomendo outra nomenclatura (exceto quando se trate de um nome por exemplo) como "religiosidade" ou "instituição religiosa".
Caros Amigos,
Não poderia estar mais de acordo: é deveras importante
que a inteligência e com ela a paz construtiva, se sobreponham à violência destrutiva.
«Paz e Bem» pode ser divisa comum às grandes religiões do Livro em Moçambique e não há homem bom que a não subscreva.
Rodrigo Sobral Cunha
Concordo.
A Manso
Muito bem, Sam
Já corrigido
Abraço MIL
Renato Epifânio
EMBORA ESTEJA UM TANTO ALIENADO DESSES TERRIVEIS E LAMENTÁVEIS ACONTECIMENTO, SUBSCREVO E CONCORDO.
VITORINO MORGADO- BRASIL
É com horror que recordo acontecimentos como estes. Não sei que dizer.
Parece-me correto como texto, além das sugestões já dadas acima.
Pessoalmente vejo aqui a religião sendo usada apenas como um pretexto, o qual resulta para os fins que querem obter. Poderia ser outra coisa qualquer, desde que funcionasse.
Li algures que gente estúpida, pobre e inculta é a mais fácil de governar...
Ora, os jovens são os mais fáceis de enganar e instrumentalizar, para serem usados para fins hediondos.
Jovens sem a orientação dos anciãos, são apenas tenros e estouvados cabritinhos a brincar num pasto, para serem devorados pelo primeiro predador que passe.
Até os bichos jovens gostam e sabem que precisam obedecer aos mais velhos.
Quem ganha com isto?
Concordo com o teor da mesma, aprovado.
Concordo. Tenho acompanhado estes acontecimentos, dentro dos possíveis, nos interessantes programas "Olhar o Mundo" (RTP 3) e "Leste Oeste" (Sic).
Saudações!
LuísT
De acordo.
Concordo e subscrevo.
Abraço MIL
Isso mesmo!
Abraços MIL.
Concordo e subscrevo, após a devida atenção às reflexões propostas.
José Jorge Peralta
Sem dúvida.
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