As autoridades de Macau receberam centenas de pedidos de ajuda de residentes no estrangeiro que pretendem regressar ao território. A Direcção dos Serviços de Turismo está a elaborar um plano para garantir o regresso de 400 alunos, “espalhados por mais de 30 países”, na segunda quinzena de Junho. Inês Chan não descartou a possibilidade de um voo fretado, mas assumiu que esse é um cenário pouco provável. Macau não regista novos casos de infecção há 49 dias consecutivos
A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) está a preparar um plano para permitir o regresso a Macau de residentes no estrangeiro, revelou ontem Inês Chan, chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da DST, em conferência de imprensa, assinalando que 400 alunos “espalhados por mais de 30 países” pediram apoio para regressar a casa. Inês Chan admitiu que o plano será apresentado em “meados de Junho”, mas não quis adiantar pormenores, assegurando, no entanto, que os residentes que regressarem de “zonas de alta incidência” vão ser sujeitos a “observação médica mais apertada”.
“Nos últimos tempos temos vindo a receber pedidos de residentes que querem regressar, uma vez que, a partir de Abril, foram suspensos todos os voos. Perante isto, vamos continuar as políticas e restrições impostas por outros lugares, uma vez que os residentes tinham de fazer várias escalas para chegar a Macau”, começou por dizer Inês Chan.
Na conferência de imprensa dos Serviços de Saúde, a representante da DST explicou que a maioria destes casos trata-se de estudantes, que estão prestes a concluir o ano lectivo e que pretendem regressar agora a casa. “Temos 400 estudantes que pretendem regressar de 30 países ou regiões. Em meados de Junho, a maioria dos estudantes vai concluir os estudos. Estamos a ponderar implementar medidas em meados de Junho para ajudar esses estudantes a regressar a Macau. Estamos só à espera dos resultados das negociações e iremos anunciar todos os detalhes oportunamente”, afirmou.
Apesar de frisar que “todos os residentes são bem-vindos a regressar a Macau”, Inês Chan vincou que as medidas de prevenção vão continuar em vigor, e que os alunos provenientes de “zonas de alta incidência” poderão ser sujeitos a “observação médica mais apertada” por parte das autoridades sanitárias.
“Na segunda quinzena de Junho já teremos um projeto para os ajudar e iremos intervir”, assegurou Inês Chan, indicando que “não podem ser medidas a longo prazo” porque “dependemos da ajuda dos outros e de um consenso entre as partes”. “Quando voltarem têm de fazer observação médica e, por outro lado, as autoridades sanitárias terão de agir em função das vagas destas pessoas que irão voltar. Terão de fazer observação médica mais apertada a quem vier de zonas de alta incidência. Teremos ainda de designar os hotéis de acordo com o número de pessoas que pretendem voltar, mas não queremos divulgar mais detalhes de propostas que ainda não estão sequer definidas”, frisou.
Questionada sobre a possibilidade de haver voos fretados para países como Portugal, a chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da DST não se quis comprometer. “Estamos a pensar em todas as medidas viáveis. Se a medida é viável vamos adoptar. Sobre a possibilidade de termos um voo fretado, não prevemos uma possibilidade muito alta porque Macau não recebe voos internacionais e os residentes de Macau estão espalhados por regiões muito diferentes. E para termos voos fretados temos de ter vários planos. Não excluo aqui todas as possibilidades, mas deixo o conselho para que não esperem por isso. Vamos tomar todas as medidas viáveis para buscar todos os alunos que estão fora de Macau”, assegurou Inês Chan.
Já Lo Iek Long, médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, disse que Macau tem apenas cinco pacientes em convalescença e nenhum caso registado de infecção há 49 dias consecutivos. Eduardo Santiago – Macau in “Ponto Final”
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