Depois de ontem ter tido alta mais um paciente com covid-19, uma criança de 12 anos, já só dois estão a receber tratamento hospitalar. As autoridades, que continuam a acompanhar os casos que já receberam alta, dizem ainda não se terem deparado com pacientes que apresentem sequelas da doença. Além disso, a partir de hoje mais pessoas podem fazer os testes de ácido nucleico em Macau por marcação prévia
Há já 35 dias consecutivos que não há registo de novos casos de infecção pelo coronavírus em Macau, e, neste momento, já só há dois pacientes a receber tratamento, depois de ontem se ter registado uma nova alta hospitalar. Trata-se de uma criança de 12 anos, que foi diagnosticada com covid-19 depois de regressar ao território, proveniente do Reino Unido.
O residente – que esteve internado durante 52 dias – está agora “estável, sem febre”, e apresentou resultados negativos para os últimos dois testes, razão pela qual reúne as condições para sair do hospital, indicou o médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, durante a conferência de imprensa. Vai agora cumprir 14 dias de isolamento no Centro de Saúde Pública do Alto de Coloane, à semelhança do que vem acontecendo com os outros pacientes.
Até agora, houve 45 pessoas infectadas, das quais 43 já recuperaram. Ainda assim, continuam a ser acompanhados pelas autoridades de saúde. Alvis Lo Iek Long indicou que até à data não registaram qualquer sequela, mas que estarão atentos.
“A curto prazo ainda não verificámos sequelas. Claro que vamos continuar a acompanhar, quando passar mais tempo para ver se há sequelas [relacionadas com] o trato respiratório ou com o sistema pulmonar. Quando recuperarem a 100% vamos fazer exames”, explicou, acrescentando ser necessário fazer “diferentes avaliações” para verificar se há ou não consequências a longo prazo na saúde dos pacientes que tiveram covid-19.
Por outro lado, desde as zero horas que é permitido a um maior número de pessoas que cruzam as fronteiras fazer um teste de ácido nucleico com marcação prévia online, anunciou Alvis Lo Iek Long, clarificando que em nada altera as medidas de entrada e saída do território.
“À meia-noite de 14 de Maio, o sistema de marcação online vai estar aberto para mais pessoas, [aquelas] que tenham visto executivo, familiares ou de trabalho, ou para aquelas que entraram com passaporte [da China]. Podem fazer o teste de ácido nucleico mediante o pagamento de 180 patacas logo no primeiro”, clarificou.
Ainda assim, reiterou, a prioridade continua a ser a de garantir testes para os residentes. As autoridades do território têm capacidade para realizar, diariamente, cerca de seis mil, mas Alvis Lo Iek Long admite que poderá haver ajustamentos, consoante as vagas que restem, para quem não tenha residência em Macau.
“Claro que temos de dar prioridade aos residentes de Macau. O número pode ser ajustado de acordo com cada dia, porque se houver menos residentes a realizar os testes, então restam mais vagas para os visitantes. Não podemos definir um número exacto [de vagas] para todos os dias. Haverá uma alteração dinâmica”, explicou.
Casos locais na RAEHK podem influenciar negociações com Macau
Registaram-se ontem dois casos de contágio local em Hong Kong, depois de três semanas sem confirmação de novas infecções. O médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Alvis Lo Iek Long, admitiu ontem que a situação pode ter impacto nas negociações em curso com a região vizinha sobre o alívio de restrições. “Claro que pode ter sempre alguma influência nas negociações. Estamos a comunicar de perto sobre a situação, mas por enquanto ainda não tenho mais informações”, afirmou. Catarina Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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