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MIL: Movimento Internacional Lusófono | Nova Águia


Apoiado por muitas das mais relevantes personalidades da nossa sociedade civil, o MIL é um movimento cultural e cívico registado notarialmente no dia quinze de Outubro de 2010, que conta já com mais de uma centena de milhares de adesões de todos os países e regiões do espaço lusófono. Entre os nossos órgãos, eleitos em Assembleia Geral, inclui-se um Conselho Consultivo, constituído por mais de meia centena de pessoas, representando todo o espaço da lusofonia. Defendemos o reforço dos laços entre os países e regiões do espaço lusófono – a todos os níveis: cultural, social, económico e político –, assim procurando cumprir o sonho de Agostinho da Silva: a criação de uma verdadeira comunidade lusófona, numa base de liberdade e fraternidade.
SEDE: Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa)
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NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI

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Desde 2008"a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português".

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"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

"Trata-se, actualmente, de poder começar a fabricar uma comunidade dos países de língua portuguesa"

Nenhuma direita se salvará se não for de esquerda no social e no económico; o mesmo para a esquerda, se não for de direita no histórico e no metafísico (in Caderno Três, inédito)

A direita me considera como da esquerda; esta como sendo eu inclinado à direita; o centro me tem por inexistente. Devo estar certo (in Cortina 1, inédito)

Agostinho da Silva

sábado, 28 de dezembro de 2019

Cabo Verde – Recordar B. Leza, o rei da morna

Autodidacta, autor de uma infinidade de mornas e marchas de carnaval e hinos de clubes, B. Leza é considerado um inovador da morna, ao introduzir o chamado “meio-tom” brasileiro



B. Leza, Francisco Xavier da Cruz, nasceu na ilha de São Vicente em 03 de Dezembro de 1905 e morreu a 14 de Junho de 1958. Os últimos anos da sua vida foram de grande sofrimento físico e espiritual, facto este que está patente nas suas últimas criações, de que “Lua nha testemunha” é claro exemplo.

Além de Cabo Verde, também viveu alguns anos em Portugal, onde se casou, depois de participar na Exposição do Mundo Português (Lisboa), em 1940, como integrante de um grupo de músicos. Foi aqui que escreveu, por exemplo, “Ondas sagradas di Tejo”.

Em Cabo Verde, além de São Vicente, viveu e trabalhou na ilha do Fogo, onde foi chefe da Estação Postal dos Serviços dos Correios, Telefones e Telégrafos (CTT) – a sua morna “Partida” foi, precisamente, escrita nessa ilha e pode ser vista como uma “variação” a um tema caro a Eugénio Tavares, “Hora di bai”, de quem era admirador.

Autodidacta, autor de uma infinidade de mornas e marchas de carnaval e hinos de clubes, B. Leza é considerado um inovador da morna, ao introduzir o chamado “meio-tom” brasileiro.

Enquanto filho de São Vicente, também absorveu a influência do tango através dos navios que escalavam o outrora movimentado porto da ilha.

Bana, com o inestimável suporte do Voz de Cabo Verde, torna-se a partir dos anos sessenta no principal divulgador deste compositor. Aliás, reza a história, que, ainda garoto, Bana começou a cantar com B. Leza, gravando na memória várias das composições do seu mentor.

Eclipse, Miss Perfumado, Resposta de Segredo Cu Mar, Lua Nha Testemunha, Pensamento, Morgadinha, Luísa, entre várias outras, são algumas das mornas de B. Leza mais cantadas e ouvidas pelos cabo-verdianos ainda hoje.

Reza a lenda que “Lua Nha Testemunha” foi composta no leito do hospital, dias antes da sua morte a 14 de Junho de 1958, daí o seu tom de “testamento”. São várias as mornas dedicadas à mulher, Luísa, sendo as mornas “Luísa” e “Trás de horizonte” dois exemplos emblemáticos.

Também diz a lenda (ou a verdade) que “Eclipse” surgiu de um desafio que lhe foi lançado por Baltasar Lopes da Silva, de quem era amigo.

O desafio passava por ver como é que um compositor popular haveria de reagir a um tema como “Eclipse” e que dias depois do combinado os dois amigos se encontraram para ver o resultado da respectiva criação. B. Leza mostrou ao autor de Chiquinho a sua criação; depois de a ler, Baltasar pegou no seu poema e rasgou-o.

Além de mornas, publicadas em livro, Francisco Xavier da Cruz também publicou uma brochura, “Razão da Amizade Caboverdiana pela Inglaterra” (Rio de Janeiro, 1950), sobre a presença dos ingleses em São Vicente, onde procura explicar a influência britânica nos mais vários níveis da sociedade mindelense e não só.

A revista Claridade, no seu número 2, em 1936, publicou o poema Vénus, de Xavier da Cruz. Segundo o autor de “Chiquinho”, B. Léza era “um polo de atracção de toda a gente que se interessava pela música popular cabo-verdiana, e com um prestígio enorme”, uma espécie de ídolo do Mindelo, cidade-ilha que tanto amava, tendo “derramado” esse amor em várias das suas composições. “Alô, Sanvicente” e “Noute di Mindelo” são dois exemplos disso. In “A Nação” – Cabo Verde

1 comentário:

Portugalredecouvertes disse...


gostei muito de conhecer a vida e a obra desse homem tão criativo!!!
procurei algumas das suas composições:
https://www.youtube.com/watch?v=G6YHqXxudA4
https://www.youtube.com/watch?v=aFBfAKBBbyU