O principal chefe militar português está de visita a Timor-Leste para participar nas cerimónias do aniversário das FALINTIL
O principal chefe militar português e o presidente da Liga dos Combatentes participam segunda-feira, em Timor-Leste, na cerimónia que marca a reabilitação de um cemitério onde estão militares portugueses mortos durante a invasão japonesa.
A informação foi dada esta sexta-feira ao DN pelo porta-voz do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), comandante Santos Serafim, que esta sexta-feira foi recebido em Díli pelo presidente de Timor-Leste, Francisco Guterres (também conhecido como Lúolo).
A visita do CEMGFA, almirante Silva Ribeiro, a Timor-Leste - que coincidiu com a greve dos motoristas em Portugal, onde militares das FA têm sido chamados a apoiar a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) durante a requisição civil motivada pela greve dos motoristas - realiza-se a convite do homólogo timorense, brigadeiro-general Lere Anan Timur.
Segundo Santos Serafim, o CEMGFA está em Díli para participar nas cerimónias oficiais do Dia das FALINTIL (Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste, que deram lugar às atuais Forças de Defesa timorenses) e a exemplo dos anos anteriores.
A recuperação do monumento em Aileu - um Memorial Fúnebre onde há 10 campas com 12 corpos de portugueses e timorenses e uma placa alusiva "Aos Massacrados de Aileu - 1942" - iniciou-se sob proposta portuguesa e foi realizada por uma unidade de engenharia timorense, tendo o CEMGFA convidado o presidente da Liga dos Combatentes, general Chito Rodrigues, para participar nas cerimónias de segunda-feira.
A Liga desenvolve há anos um projeto denominado "Conservação das Memórias”, centrado na recuperação de cemitérios e locais espalhados pelo mundo onde estejam restos mortais de militares portugueses.
Silva Ribeiro e Chito Rodrigues vão participar também num encontro com antigos combatentes timorenses, alguns dos quais integraram os quadros do Exército português, informou Santos Serafim.
O porta-voz, lembrando que o CEMGFA foi condecorado em 2016 com a Ordem de Timor-Leste em virtude do apoio dado à resistência timorense no final dos anos 1990 enquanto responsável dos Serviços de Informações Estratégicas de Defesa e Militares (SIEDM, antecessor do atual SIED), adiantou que Silva Ribeiro foi recebido também pelo chefe do governo timorense, Taur Matan Ruak.
O reforço da cooperação militar entre os dois países (centrado na formação dos soldados timorenses), a participação conjunta de militares em missões das Nações Unidas - um assunto que tem sido discutido ao nível da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) - e o apoio de Lisboa ao levantamento das estruturas timorenses para o exercício da autoridade do Estado no mar foram os três principais assuntos debatidos pelo CEMGFA em Díli, referiu Santos Serafim.
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